
domingo, 30 de novembro de 2008
ponto da situação # 7

sábado, 29 de novembro de 2008
abençoado fim de semana prolongado!!!!!
Eu bem que estava a precisar de um fim de semana prolongado.
Nesta época, o trabalho é sempre demasiado, com muitas exigências, muitos e mais um problemas para resolver, saturante, stressante, que nos põe a cabeça em água ao fim de um dia.
Ainda por cima, com a crise instalada, não é fácil gerir uma empresa, não é fácil receber os pagamentos dos clientes, mais difícil ainda, chegar ao fim do mês com saldo nas contas para pagar os salários e é sempre até à última que se espremem as últimas gotas dos pendentes.
E depois, os funcionários nem sempre correspondem, e é sempre uma verdadeira canseira ter de acabar por fazer aquilo que se pensava já estar feito porque se mandou fazer.
Por isso, mandei instalar uma câmara escondida, para captar as imagens daquilo que a minha secretária andaria a fazer, em vez de cumprir com as suas tarefas.
O resultado foi este, sendo que, para vosso descanso, ela já foi devidamente repreendida e o Director Financeiro, que lutava por mais umas cobrançazitas, mandado para casa, com indicações médicas de repouso absoluto e calmantes fortíssimos.
Quanto à 'je', penso que bastará este e o próximo fim de semana prolongado para recuperar as energias necessárias para evitar cenas destas...... protagonizadas por mim (já faltou mais!!!!)
Bom Fim de Semana!!
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
a educação dos nossos filhos # 5

Esta afirmação é feita por Javier Urra, psicólogo clínico e pedagogo terapeuta que trabalhou durante três anos com jovens conflituosos no Centro Nacional de Reeducação de Cuenca. É professor de Psicologia na Universidade Complutense de Madrid e vice-presidente da Associação Ibero-Americana de Psicologia Jurídica e assessor e patrono da UNICEF. Entre 1996 e 2001 foi o primeiro Provedor de Menores em Espanha e o primeiro presidente da Rede Europeia de Provedores de Menores.
O seu livro, “O Pequeno Ditador”, ajuda-nos na nossa função de pais e educadores a estabelecermos limites e regras e a sabermos dizer não, condições que ele considera fundamentais na educação.
Segundo ele os pequenos ditadores são filhos de uma geração de pais obedientes – assim chamados porque quando eram pequenos obedeciam aos pais e outros adultos. Agora que são pais submetem-se aos caprichos dos filhos e são pais permissivos, submissos, volúveis e indecisos.
«É uma geração de pais complicada. Chamamos-lhe a geração “sanduíche”: é a geração que obedecia aos pais e aos professores sem discutir, e até obedecia aos cidadãos mais velhos sem questionar nada. Era a autoridade sem explicação: “Fazes isto porque eu mando”, ou “sai daqui porque isto são conversas para adultos”. Agora as crianças exigem explicações antes de obedecer (quando obedecem), querem participar nas decisões familiares, e esta inversão da “ordem” faz com que os pais estejam, assustados.»
«A criança tirana vive em famílias pequenas, é intolerante, individualista, exigente de acção imediata, tende para o isolamento e o hedonismo. Os pais preocupam-se com a satisfação dos caprichos dos filhos e convertem-se “em pais obedientes dos seus filhos”.Preferem ser vistos como amigos e companheiros e não impõem regras, por receio que os filhos “sofram” e se “frustrem”, sem valorizar as implicações que isso possa ter na formação das crianças.
Tudo começa quando o bebé nasce. O bebé é muito egoísta para sobreviver. Mas em adulto pode até dar a vida por uma causa justa. E isto depende da sua educação. O altruísmo aprende-se. Mas tem de ser aprendido em casa.Se uma criança pequena, de três, quatro anos, pedir coisas, fizer birras, bater nos pais para fazer valer a sua vontade e conseguir vencer a batalha, isso é alarmante. As crianças podem ser muito obstinadas, muito irritantes, muito frustrantes. Nós, os pais, temos que ser serenos, temos que saber vencer as batalhas, não nos podemos deixar chantagear. “Se não me dás isto, é porque não gostas de mim”. Temos de lhes dizer: “Gosto muito de ti. Muito. Mas não vou dar-te isto.”
Educar pressupõe assumir responsabilidades. E andamos a relaxar muito. Os pais têm que impor regras e disciplina. E, no que diz respeito aos professores, é fundamental que o Estado imponha normas. Nós pertencemos a uma geração cujos pais sancionavam os filhos.»
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
está bem assim, Patti??

Em resumo, deixou-me a mim e aos outros desafiados, em maus lençóis, pobre mortais, para quem a musiquinha serve para tudo, menos para responder a perguntas.
Sem mais delongas, portanto, aqui ficam as 10 questões e respectivas respostas, que poderão traduzir livremente, consoante a vossa interpretação:
9. O que pedirias se pudesses ter um desejo? One more tomorrow
10. Escreve uma fase sábia: Everyone's born to die
E como desta já me livrei, antes que mais alguém o faça, despacho a grande velocidade esta empreitada para os seguintes blogs:
Tal e qual. Agora, desenrasquem-se, que por aqui, já está feito!!
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
insónia

Uma e outra, marcada pelo relógio da igreja, a desfilar insolente, perante a vigília.
Que raio de insónia, irritante, desatinadora, ladra de horas de descanso e de sonho, provocadora de neuras irascíveis.
Do lado direito, ressona placidamente o companheiro de toda a vida, inocente da consciência tão desperta que lhe observa os movimentos.
No entretanto, abre-se, ali mesmo, a porta para o jardim virtual, um passar de olhos pelo Bairro, àquela hora tão silencioso, mas tão frequentado. Respeita-se e aproveita-se esse silêncio para passear, porque o sono não chega, e o roncar persistente começa a enervar.
Espreitam-se janelas, à primeira vista sem luz, que escondem movimentos lentos, sorrateiros, de conversas íntimas que não se querem ouvir, de desabafos, de enamoramentos, de insinuações, quase todas reflexo de solidão e desespero.
Àquela hora é assim. Os sentimentos mais ocultos, descobrem-se a coberto do véu da noite, a coberto de tantas insónias, como a minha.
Fecho a porta.
Aquele ressonar, faz-me adormecer calmamente.
Tenho sorte. Não estou sózinha.

terça-feira, 25 de novembro de 2008
os nós que não se desatam entre nós
pra tua boca de morango
bailado inocente da irís
que me faz querer-te tanto
enrolados p'los teus dedos
num tão abstraído jeito
correm fios dos teus cabelos
em caracol mais que perfeito
sedosa essa pele morena
espelho de como eu era
faz cada ruga valer a pena
neste tempo que não espera
expressão de menininha
em corpo feito de mulher
serás para sempre minha
filha da mãe que te quer
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
às (Si)gundas-feiras...

Senhor Primeiro Ministro:
Venho protestar veementemente através de Vª Exª pelo nome dado ao computador que os vossos serviços resolveram distribuir aos meninos deste país (os que sobrarem do seu negócio com o Hugo Chavez na troca do petróleo, bem entendido).
Eu, Pedro Carvalho de Magalhães, nunca mais poderei usar a minha assinatura sem ser indecentemente gozado pelos meus colegas detrabalho. Sempre assinei PC Magalhães e, desde que Vªs Exªs baptizaram o tal computador, tive que alterar todos os meus documentos.Uma coisa tão simples como perguntar as horas e a resposta que recebo é:- Atão Magalhães... vai ao Google...
Se vou ao dentista, a recepção é sempre a mesma:- Então o senhor Magalhães vem limpar o teclado...
A minha mulher, Paula Carvalho Magalhães, também sofre pressões indescritíveis no emprego: Ontem uma colega veio da casa de banho com um tampão na mão e gritou:- Paula.... esqueceste-te da tua pen!
Também o ginecologista não resistiu ao nome e, após a consulta, disse-lhe que tudo estava bem com as entradas USB!
Nem o meu filho, Pedro Carvalho Magalhães, escapa ao gozo que o nome veio provocar.A Rita, a mocinha com quem andava há mais de 6 meses, acabou tudo com este argumento:- Magalhães.... vou à Staples procurar outro que a tua pega é muito pequena!
Quando, devido a tudo isto, apanhei uma tremenda depressão que me impediu de trabalhar, fui ao psiquiatra. Ele olhou para o meu nome edisse:- Pois é, senhor PC Magalhães. Aconselho-o a passar pelo suporte técnico da Staples... podem ser problemas de memória RAM!
Neste momento a minha mulher quer desinstalar-se e procurar alguém que tenha um nome 'decente'.
Senhor Primeiro Ministro... porque diabo não puseram Sócrates a esse maldito computador? Queria que o senhor visse o que custa!
Atenciosamente,
domingo, 23 de novembro de 2008
ponto de (Si)tuação # 6

Estamos chegados a mais um Domingo, em que sinto necessidade de deixar nas tuas páginas o balanço de uma semana.
Ando muito sobrecarregada com trabalho e os posts agendados estão a chegar ao fim. Ainda por cima, tenho por aí uns desafios pendentes, uns textos com título mas ainda sem palavras e a exigência da família que reclama do tempo passado em frente ao portátil.
Mas o pior de tudo é que tenho tanto para dizer, tantos assuntos que debater, tantas letras para juntar e elas não me saiem, não consigo que elas me obedeçam e me deixem afirmar, criticar, indagar, responder, opinar, criar, inventar e até brincar com elas.
Ando de mau humor com elas e elas respondem-me torto, é o que é....
sábado, 22 de novembro de 2008
um 'must', como se diz por aí....

sexta-feira, 21 de novembro de 2008
a educação dos nossos filhos # 4

Por isso, muito francamente, e para terminar esta reflexão, que já vai longa, direi que, pelo menos, nunca me arrependi de qualquer 'não' que lhe disse, os 'sins' sempre lhe souberam bem pelo esforço que fez para os conquistar e neste momento, 17 anos volvidos, tenho o orgulho de ter em casa uma rapariga que não é 'às vezes', mas sempre, educada, simpática, saudável, alegre e muito, mas muito, mas muito mesmo, mimalha e carinhosa com os pais, avós e restante família, a quem respeita criteriosamente.
Mas isto, claro, é uma mãe babada a falar, não é??

quinta-feira, 20 de novembro de 2008
outono à janela

quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Adverti(Si)ng # 3

terça-feira, 18 de novembro de 2008
posso contar mais uma história?

Posso?
É mais uma daquelas histórias simples, que eu gosto de contar, devagar, com muitos detalhes e pormenores, e que nem sequer começa por "Era uma vez..."
Esta começa por uma lembrança, pincelada com saudade.
Lembro-me que parecia meio arrepiado, depois de bem lambido pela 'Cinza', e que a cada lambidela correspondia um tropeção, porque aquelas patas de 3 centímetros, apesar de serem quatro, mal se aguentavam em pé. Os olhitos pretos, arregalados, no meio daquele negrume de pelo, e um miar fininho, esganiçado, que num instante ficava rouco, à força de tanto reclamar a maminha da mãe ou pelo menos o seu aconchego e protecção.
Sendo uma fase algo delicada na minha saúde, a A. uma adolescente em plena fase do armário, com o maridão a sair de madrugada e a só voltar tarde do trabalho, enfim, estavam reunidas todas as condições para aceder ao pedido choroso da filha, que a pé juntos jurava que ia tratar dele, limpar-lhe os cócós e os xixis, dar-lhe de comer, de beber e todas as outras promessas juntas que os cachopos fazem quando querem ter um animal em casa. O baptismo fez-se logo ali, a madrinha foi a dona da 'Cinza' e com uns pingos de água e tudo, crismou-se a criatura de 'Pipocas', que mudou de casa logo nessa noite, embrulhada num cobertor velhinho.
Da aldeia onde nasceu, veio para a cidade e para um apartamento, onde começou a crescer, a fazer asneiras inconfessáveis, principalmente em cortinas, que adorava trepar até ao varão, em edredões a que deliciosamente (para ele, claro!), puxava os fios, e a fazer desaparecer misteriosamente os 'tótós' da dona mais nova.
Quando não me fazia exasperar, era de rir. Bastava acenar-lhe com um deles, para se transformar num super-herói de saltos, acrobacias, correrias desenfreadas, esgadanhadelas em duas patas e demais piruetices, que, pouco a pouco já nem necessitavam da solidez do objecto e se desencadeavam logo que se pronunciava a palavra 'tótó'.


Por razões que agora não vêm ao caso, o 'Pipocas', 'Pipas' ou 'Bébé', deixou de poder estar lá em casa. E como não havia melhor sítio para o ter do que aquele onde nasceu, regressou de armas e bagagens à aldeia, onde chegou, maior que todas as suas irmãs e mãe, mas tão gordinho que não conseguia trepar a uma árvore, quando um dos seus colegas caninos resolvia arreliá-lo e pô-lo na ordem.
Nota: Todas as fotos são minhas e, exceptuando a primeira, têm má qualidade, por terem sido captadas com uma web cam
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
olha, foi-se.....

Estes, são alguns, muito, muito poucos, dos assuntos e respectivos remetentes de e-mails que, diariamente, me enchem a caixa do correio e que apelidaram de SPAMS, que deve ser abreviatura de qualquer coisa, na língua de Sua Majestade.
Não sou a única, dizem que até o Bill Gates recebe cerca de 3.000 mails diários desta natureza, o que em nada me conforta, porque sendo este senhor o responsável pela maior potência informática do planeta, o facto de não conseguir, no seu próprio 'personal computer' estancar esta hemorragia de porcaria, é porque o assunto é grave.
E 3.000 também deve ser uma espécie de número mágico, porque foi, mais ou menos, essa quantidade que eu tive de apagar, um por um, quando o raça do Outlook se recusou a trabalhar, afirmando que já estava de pança cheia de não sei quantos gigas. Os 'itens a receber' que lá estavam e que ele engoliu, antes que eu pudesse dizer 'tem calma que eu já te atendo', devem-lhe ter servido de alka seltzer. Só pode.
Chateei-me. Puxei as orelhas ao informático. Ralhei com o servidor, que, apesar de ter lá uns filtros, de nada serve para separar o trigo do joio e baralha-se todo, abrindo a porta livremente aos gajos que andam a querer seduzir os milhões de taradinhos que proliferam neste mundo, e fechando a porta, com rótulo de SPAM e tudo, aos inocentinhos que só me querem pedir um orçamentozito. Nada feito.
Bufei. Respinguei. Revoltei-me e à laia de estalo, preguei com um scan-disk aos ficheiros, à procura do backup dos itens engolidos, a ver se os surpreendia antes da digestão. Ah-ah, apanhei-os!! Ou não?? Eu jurava que ainda agora eles estavam aqui!! 'Tá bem que o título era em inglês, mas aí até me desenrasco, então e agora o que é que aconteceu??
'the folder is empty', que é como quem diz, 'a pasta tá vazia, palerma, devias ter feito um backup do backup'. Querem lá ver esta?? Eu não me fico, agarrem-me que eu vou-me a eles!!
Calma. Respiro fundo. Desconfiada que o primeiro estalo não assentou direito, sou mais subtil e clico no 'viruses scan', não vá o animal estar doente e eu a ser injusta. Um sarampo, uma varicela, sei lá, daquelas mazelas que nos põem de quatro... 'Report: Viruses Alert, Infection Detected!' - Ó, valha-me Deus!! Afinal é mesmo, já com infecção e tudo, será que depois do alka seltzer lhe posso dar antibiótico??
Agora já estou preocupadíssima. E ansiosa por saber que raio de maleita lhe pregaram, vou ver o 'report details'. CREDO!! Coitado do meu Outlook!! 'trojan horses' e 'worms' não lhe faltam no diagnóstico!! Cavalos de Tróia e vermes?? Agora percebo. Coitadinho, ele já não aguentava mais, com equinos vindos de tão longe, ainda por cima cheios de lombrigas, que nem um garrafão de cinco litros de óleo de rícino iriam conseguir pôr cá fora....
Desisti. Paz à sua alma. O meu Outlook foi desta para melhor.

Nota de rodapé: Este post foi agendado há uma semana, mas há coincidências fantásticas, não há, Patti?
domingo, 16 de novembro de 2008
ponto de (Si)tuação # 5

E mais: tu sabes que há outros blogs, que eu não conheço, nem nunca tinha visto aqui no bairro, que me adicionaram às suas listas de leitura??? Estou admiradíssima! E não fora os meus sisos estarem inclusos, bem escondidinhos debaixo da gengiva, até eles se iriam ver, de tão aberta a minha boca de espanto!!
Olha, nem te digo, nem te conto, este corropio de gerir um blog, é mesmo gratificante, mesmo que tenha de agendar posts para a semana toda, com medo de falhar algum dia por causa da minha falta de tempo!
Portanto, hoje que se comemora um mês de aventura no blogoespaço, e já estou muito mais madura nestas andanças (!!!!), vou dar mais um passo, pequeno para o bairro, gigante para mim (onde é que eu já ouvi isto??) e colocar na 'marcação rápida' mais uns blogs, a juntar aos dos Padrinhos:
A partir de hoje, vão todos para aquela colunazinha do lado esquerdo, está bem?? (Sim, essa que toda a gente tem do lado direito, ainda não percebi como, porque continuo a não acertar com o raça da formatação dos textos e do próprio blog, mas isso há-de ser motivo para ganhar outra batalha....)
Espero que fiques bem durante esta próxima semana e que me desculpes se às vezes abuso das tuas páginas, como é meu costume; para te contentar, já comprei mais uma resma de folhas, que vou colar, uma a uma, no interior da tua lombada.
Entretanto, dá uma olhadela por aqueles blogs todos, sim? Estilo 'vigilante de bairro', que parece que há aí umas 'antas', que andam a arreliar o pessoal.....dá-lhes com força!!
Até prá semana,
Beijinhos,
Si.
sábado, 15 de novembro de 2008
doença e diagnóstico, dois em um

Vejo?
Sinto?
Cheiro?
Saboreio?
Ouço?
Sim, sim, sim, sim, sim...
Então porque é que eu sustenho a respiração?
Porque é que me é difícil mexer as pernas e os braços?
Porque é que me sinto tão cansada?
Porque é que aqueles olhos azuis me parecem tão distantes?
Diagnóstico rápido:
Porque há já um mês que não vinha à piscina, e o morenaço de olhos azuis do nosso professor, me pôs de castigo, numa pista à parte, a fazer pernas e braços de crawl! Ufffffffff....
BOM FIM DE SEMANA!!
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
a educação dos nossos filhos # 3

Até aqui tudo bem, espancar, exercer sevícias e outras torturas com que pais, familiares directos ou mesmo estranhos, abusam de crianças inocentes, dando largas à imaginação demente das suas mentes tortuosas, é crime que todas as penas juntas não conseguem condenar.
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
crónica de um tempo impossível # 3

Guidinha! Filha! A menina está bem? Tem passado bem? E comer? Trouxe tudo o que precisava? Não deixou lá nada? É que a menina é tão cabeça no ar, credo, ai, mas dê um beijo à sua mãe, coisa linda, que eu sinto sempre tanto a sua falta, chegue-se cá, cuidado não se pique nas rosas, andei a apanhá-las para as pôr no seu quarto, fresquinhas, rosinhas para a minha menina, para a rosa do meu peito, que foi por eu gostar tanto de flores que lhe chamei Margarida, venha cá, meu amor! Beijinhos repenicados, abraços de inquietação e de saudade, distraíram-lhe os pensamentos por alguns minutos e foi com um sorriso aberto, agarrada pela cintura à mãe, que entrou no solar da quinta e subiu para o quarto.
Ainda sorria, quando a mãe pousou rapidamente as flores em cima do psiché, fechou a porta, espreitando primeiro para fora e se virou para ela, com um ar sofrido, mordendo o lábio, como quem quer falar, mas não tem coragem de começar. Senta-te, Margarida. Senta-te aí. Margarida sentou-se na cama, surpresa com o tratamento por tu. O que foi, mãe? Tenho que te falar duma coisa. O teu pai não queria que te dissesse nada, proibiu-me até, mas acho que já tens idade para saber destas coisas. Que coisas, mãe? De que é que está a falar? Da Sara, querida. A tua melhor amiga. Ela foi expulsa do Colégio, não foi? Sim, mas eu não sei porquê, a mãe sabe de alguma coisa?? Ela está bem? A mãe adoptou um postura mais direita, sentada ao lado da filha. Tu sabes que o teu pai aqui na região é muito conceituado, não sabes? E que foste para aquele Colégio porque o Reitor e ele andaram a estudar juntos, sempre se deram muito bem, e ambos são muito amigos do Regedor. Sei, Mãe, mas o que é que isso tem a ver com a Sara?? Ai, filha, o Regedor contou ao teu pai que parece que o pai dela conhece umas pessoas pouco recomendáveis.... A mãe baixou a voz num sussurro. Margarida, dizem que os pais da Sara são comunistas! São o quê, Mãe? O que é isso?? Ó filha, eu também não sei, só sei que isso não é coisa boa, porque a Polícia já lá foi a casa e tudo, e diz a Joaquina, que é prima de uma servente da farmácia da Vila, que tiraram de lá uma catrafada de papeis, levaram o pai para a esquadra e até agora não houve mais notícias dele. Quando o teu pai soube disto, tratou logo de avisar o Reitor, e olha, em boa hora a tiraram de lá, não fosse ainda ficares mal vista aqui na terra, por te dares com a moça. Ó Mãe, mas isso não é justo! - berrou ela - MARGARIDA! Não fale assim comigo! Não lhe admito que me levante a voz, nem que discuta as decisões do seu pai. Logo ele, que foi tão generoso e pagou até ao final do ano as propinas da sua amiga! O assunto acaba aqui. Conforme-se.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008
crónica de um tempo impossível # 2

Margarida também crescera. Não muito, porque a raça transmontana da família lhe deixara a herança de traços rudes, corpo entroncado e forte, cabelos pretos a sublinhar a cara cheia, olhos preto-azeitona e penugem nos antebraços. Habituada que estava ao rigor do frio, nos Invernos de neve, em que nem as lareiras todas acesas do seu solar ancestral conseguiam aquecer, aqueles ventos que entravam pelas portadas do quarto no Colégio eram brisas caprichosas, fonte de diversão para fazer esvoaçar os fios que tirava do ponto aberto no linho preso ao bastidor. A voz esganiçada de criança enrouquecera e o tom em que falava era sempre alto, a fazer lembrar a voz de comando do seu pai, quando orientava os trabalhos na quinta ou mandava os irmãos negociar o que a terra dava.

terça-feira, 11 de novembro de 2008
crónica de um tempo impossível # 1
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
A quem possa interessar....

agradece-se resposta, p.f.

Não há lugar para estacionar.
Bolas, lá tenho que pôr o carro ali no meio das ervas.
Ok.
Travão de mão, engatar a 1ª, desligar a chave e tirá-la da ignição.
Carteira, mala de documentos, portátil, guarda-chuva, chaves do escritório e do gabinete. Não está frio, mas visto a parka porque não tenho mãos que cheguem.
Rais parta. Pareço uma burra de carga.
Pisca um olho e depois o outro.
Está imóvel e com cara de preguiça, o que para mim quer dizer cara de gozo.
Refastelado, abrigado, preto, gordo e livre.
Nem se mexeu, quando bati com a porta.
Continuou lá, a piscar um olho e depois o outro, debaixo do arbusto que não o deixa ficar molhado, com as patas em concha debaixo do corpo anafado, a mostrar a vidinha de gato.
E nós é que somos racionais??
domingo, 9 de novembro de 2008
Ponto de (Si)tuação # 4

Cecília disse...
Comentar este post é arrancar palavras do coração para as colar completamente às do autor deste blog.... Lembrar o Porto como ele era e contemplar agora a morbidez daqueles prédios abandonados e tão degradados, faz mesmo doer a alma e pensar que, afinal, parece que os "Eucaliptos Vermelhos" criaram raízes mais fundas e mais a norte. Claro que nem tudo tem razões políticas, mas, de facto, sem os investimentos milionários que Lisboa está habituada a guardar só para si, também não me parece muito fácil fixar as pessoas, por mais que nas suas veias corra o sangue dos mui nobre, leais e invictos...
cecília: Gotei dessa alusão aos "Eucalipto Vermelhos"...mas não é só a degradação dos edifícios que me deixa triste o Porto, é também a degradação da capacidade émpreendedora dos portuenses, da sua vontade indómita em partirem para a luta. Não podem ficar à espera que Lisboa lhes resolva os problemas ( cada governo é maistralista do que o antior, não há volta a dar-lhe...), têm que os enfrentar e revitaliar a cidade. Apesar de tudo, ainda tenho esperança.
4 de Agosto de 2008 17:35
Cecília disse...
Meu caro Carlos, permita-me usar um pouco do seu espaço para fazer um comentário mais alargado:A meu ver, a vontade indómita dos portuenses continua viva, bem como a sua capacidade empreendedora; apenas não se fixa no Porto-cidade, mas sim no Porto-arredores, dando largas ao crescimento de cidades como V.N.Gaia, Maia ou Matosinhos, onde, em prédios novos e acessíveis os negócios fervilham. Aqueles que vão para outras paragens (como os engenheiros da Feup que a Microsoft vem buscar), encontram oportunidades que neste país, e muito menos no norte conseguem atingir - porque quer queiram quer não, na capital os vencimentos e regalias são muito mais apetecíveis.É por isso que acredito que os edificios reabilitados, ou construídos de novo, chamassem os portuenses ao Porto e os empresários à baixa, tal como aconteceu na própria Lisboa.É por isso que as grandes imobiliárias espanholas também assim pensam e estão dispostas a investir nessa recuperação, auferindo benefícios que aos portugueses, portuenses ou não, não são dados.E é por isso que, com todos os defeitos, o La Féria até está a fazer um trabalho excelente num edifício que todas as noites enche com gente que gosta de ver o Rivoli a brilhar, e que de contrário, estaria votado ao abandono...Exaltemos a garra, o saber, o espírito dos portuenses, mas até o mais indómito dos guerreiros necessita de uma casa para onde voltar em tempo de descanso.....digo eu, não sei....
5 de Agosto de 2008 13:22
Cecília: muito obrigado pelo seu excelente comentário. Dou-lhe razão em tudo o que escreve de maneira muito competente e sabedora. Até em relação ao La Féria, imagine! Mas diga-me uma coisa: não está de acordo que o Porto perdeu o "peso" e a influência que noutros tempos teve no País?Ontem à noite estive a ler umas revistas atrasadas e encontrei uma entrevista do Rui Moreira que dizia " Há uma portofobia no país". Eu sinto isso aqui em Lisboa, como já não sentia desde os meus tempos de Faculdade!Dou por mim a defender o Porto com unhas e dentes, como já não tinha necessidade de fazer há muitos anos. Parece-me que as pessoas estão a perder o respeito ao Porto ( cidade, entenda-se...) e gostava de perceber a razão. Terá a ver apenas com o futebol? Não acredito!Se a Cecília tiver paciência, gostava de continuar a conversar sobre isso consigo. Adoro o Porto ( ainda tenho aí casa e alguns amigos), custa-me ouvir o que ouço e parece-me que há um retrocesso inexplicável. Ou serei eu que, sem me aperceber, me tornei saudosista e estou a imaginar um Porto que nunca existiu?
5 de Agosto de 2008 14:50
Obrigada pelo cumprimento, mas não escreveria assim não fora o mesmo ensejo de ver esse Porto (que existiu mesmo!!) com a alegria e movimento de outrora, com gente atrevida e desbocada, lambuzada com as "tíbias" da Leitaria da Quinta do Paço, os "cacos" da Padaria Ribeiro ou mesmo o "tintol" e a sande de polvo do "Firmino".Quanto ao peso político, nem sequer me atreverei a tecer qualquer consideração, mas o respeito, esse, perde-se, efectivamente, quando se percorre o olhar por toda a Rua das Carmelitas e se vê apenas o edifício da Livraria Lello com aspecto limpo e conservado, quando depois das 8 da noite, nos Aliados e na Praça, não há viv'alma e os únicos passeantes são mesmo os sem abrigo, os toxicodependentes e as prostitutas, ou quando damos por ela que o "Vale Formoso", onde me levaram a ver cinema pela primeira vez, e que não tem a grandeza de um Coliseu, foi, sem protestos, entregue à Igreja Universal. Não me admiraria que a "portofobia" tivesse muito de clubística, até porque as ligações entre o poder e o futebol são sobejamente conhecidas e comentadas, mas continuo a pensar que aquele "eucalipto vermelho", por si tão bem identificado, ainda é mesmo o principal suspeito da desertificação: é que, mesmo sem perceber nada de política (nem quero!!!) não consigo esquecer, por exemplo, a diferença exorbitante entre as verbas disponibilizadas para a "Expo 98" e as do "Porto Capital da Cultura", as tais, que, apesar de fora do tempo, ainda conseguiram trazer à cidade a tal "Casa da Música" e algumas estações de metro.Embora queiram que nisso se acredite, o Porto não regrediu; está mais acessível do que nunca, por terra, mar e ar: auto estradas, vias rápidas, scuds, metro, um Porto de Leixões sempre activo e um Aeroporto de Sá Carneiro que mete qualquer Portela, Ota ou Alcochete num chinelo.Só lhe faltam mesmo as pessoas...faltam os tripeiros de GEMA, que escorraçados de uma cidade degradada, se tornaram nos "gaienses", nos "matosinhenses", nos "maiatos" de hoje e a quem o Porto, infelizmente, já nada diz, nem mesmo para o defender.........
5 de Agosto de 2008 19:54
Cecília: Ai o que me foi lembrar! As tíbias da Quinta do Paço, hmmmm!Quanto a cacos e digestivos da Ribeiro,sempre que vou ao Porto venho carregado. Para mim e para amigos e colegas que, assim que sabem, fazem a lista. Que inclui fogaças da Primazia, petitfours da Ateneia e uma série de outras gulodices.Quanto à desertificação nocturna . li na mesma Visão de qu lhe falei, que existe agora uma "movida" que comça no Piolho, entra pelos Clérigos e ruas adjacentes, onde existem imensos bares abertos até de madrugada, e as pax inundam as ruas a beber à moda de Espanha) Desconhecia... Confirma?Pois, tal como cá, o Porto está a desertificar-se e é isso que mata uma cidade. Quanto aos apoios governamentais - e é também aí que eu invoco a falta de peso político do Porto- parece-me lastimável. Acrdito,porém, que o problema reside nos politicos portuenses que estão a olhar mais para a forma de progredirem em Lisboa, do que em defender os interesses da cidade. Tenho uma prima que exaspera com ssas atitudes. Ocupa um lugar de grande prestígio aí no Porto, há anos que insistem com ela para vir para Lisboa, mas ela mantém-se inabalável. Como la diz com frequência, " quer por o Porto no mapa e só estando aí é que o consegue. ( Não seise é uma indirecta para mim, tavez...) Sentimentos familiares à parte, penso que o Porto precisava de mais gente como ela.Mais uam vez, obrigado por esta conversa.
5 de Agosto de 2008 23:35
Em resposta à sua questão, também desconheço a nova rota nocturna. Para mim é uma novidade, embora tenha reparado em alguns, poucos, muito poucos, restaurantes, que lavaram a cara às paredes e às montras e apostaram num serviço de requinte. Poderá tratar-se de um negócio de Verão (o dos bares), mas oxalá não seja.Quanto às guerras políticas, a meu ver, estaremos sempre "presos por ter cão e presos por não ter" - os que amam a cidade não podem dizer "amén" a Lisboa, aos que não sentem nada por ela, tanto lhes faz, desde que nos seus bolsos caia algum....(e lá está o raio do "eucalipto vermelho" a fazer sombra....irra!!!)Por isso, caro Carlos, vá por mim: reúna a clarim as assinaturas para fazer candidatar a sua prima às próximas eleições autárquicas, porque, de outro modo, não vejo jeitos.
6 de Agosto de 2008 12:33
Cecília: espero bem que não seja apenas no Verão, porque seria uma forma de revitalizar a baixa, importantíssima. Desde a última vitória do Drgaão que não vou à baixa à noite, mas quando aí voltar, vou lá ver.Em relação à minha prima, não há hipótese. É empresária e é por essa via que quer continuar. De qq modo, gostaria de ver uma mulher à frente da Câmara do Porto. Elisa Ferreira- minha amiga de infância- seria em minha opinião um bom nome.