sábado, 31 de janeiro de 2009

novo sinal de trânsito




SORRISO EM CONSTRUÇÃO

Este é o novo sinal de trânsito em exibição, num dentista perto de si.

Se o virem, estarei próxima.


e estes vão estar comigo, cavalheiros que eles são a defender a sua dama!

BOM FIM DE SEMANA!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

adversidades

Esta entrevista já foi feita há um ano atrás. Recentemente, o Pedro Lima, de quem sou amiga pessoal, esteve no programa 'Fátima', mas a reportagem não ficou disponível on-line, pelo que não a pude publicar aqui.

Gostaria de o ter feito, porque aí poderiam ver melhor a vida independente, divertida e profissionalmente bem sucedida que o Pedro tem, apesar da adversidade lhe ter batido à porta, aos 27 anos, numa explosão de pedreira, que lhe roubou a visão para sempre.

Conheci-o na piscina, onde nada todas as semanas e onde o companheirismo é tal, que nos juntamos frequentemente para almoçaradas ou jantaradas, para assistir a concertos ao vivo ou simplesmente para beber um copo e onde, no balneário dos homens, dar o ombro ao Pedro para que ele coloque lá a mão que o vai guiar, se tornou tão normal como tomar duche no final da aula.

O vídeo é um pouco longo, mas se tiverem alguns minutos diponíveis, vejam, ouçam e reflictam sobre aquilo que tomamos por certo todos os dias e que em breves momentos nos pode escapar das mãos para sempre, sobre períodos da nossa vida em que pensamos que tudo desabou sobre a nossa cabeça, quando afinal saímos deles ilesos e sãos, sobre fins definitivos e recomeços do nada, que tudo compensam, afinal.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Venham cá ouvir, venham, seus cuscas!!!


PARA OUVIR COM ATENÇÃO:

Esta é, sem dúvida, uma semana de reflexão sobre o meu eu.

Entre posts agendados e promessas de respostas, baralhei e tornei a dar as cartas da 'cartwall' da programação, pelo que o período seguinte será preenchido com uma edição especial de 'Discos Pedidos', dando resposta às inúmeras solicitações de vários ouvintes e vizinhos. Peço, para isso, a vossa melhor atenção, para o programa que se segue:


Ora então, sejam bem vindos a mais uma edição de Discos Pedidos, aqui, na sua SI-FM, a rrrádio oficial do blogobairrrro, esta a de 5ª feira, 29 de Janeiro de 2009. Até às 00.00h, poderá ligar para o 800-000-008, e pedir a música da sua preferência, para dedicar a quem mais gosta.

-(lá-lá-lá - sobe a música...lá, lá, lá, desce a música)

Lembro que hoje é uma edição especial, com regras muito próprias, que passarei a recordar, antes de dar início às participações em directo.

-(lá-lá-lá - sobe a música...lá, lá, lá, desce a música)

Vou, por isso, dar voz às palavras da Vekiki, que vai ficar comigo em estúdio e com quem vou conversando em off. Ela é a nossa produtora, e adaptou um formato da Endemola de Roupa, à nossa emissão, com as seguintes regras:

- Sintonizar o blog dela - (Em off) - ó Vekiki, a senhora já estava sintonizada mesmo antes de se tornar 'Mãe Querida'
- Escrever as regras no meu programa - (Em off) - porque isto é um
desafio on-line e on-air
- Ao longo da emissão, contar 6 coisas aleatórias sobre mim - (Em off) - coisas mesmo à sorte, para animar os ouvintes
- Indicar mais 6 frequências e divulgar os sintonizados no final da emissão - (Em off) - Esta guerra de audiências dá cabo de mim, mas a vingança será terrível
- Fazer publicidade às frequências que indiquei, produzindo um 'slogan' para cada um deles -(Em off) - esta não me posso esquecer

-(lá-lá-lá - sobe a música...lá, lá, lá, desce a música)

Para ter acesso aos pedidos, todos os meus queridos ouvintes terão ainda que dizer a frase da semana, que é: 'O que a si dá gosto, a Si revela', com o rigoroso patrocínio do Omo Lava Mais Branco
~Jingle de estação - SIIIIIIIIII ÉFEÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉME, A SUA RÁDIO ESTÁ NO AAAAAAAARRRRR !!!
- Vamos já, então, para a primeira participação de hoje. Bom dia, com quem falo??
- Olá, eu sou o Carlinhos Crónico. Quero ouvir a Françoise Hardy.
- Muito bem. Vai dedicar?
- Sim, quero dedicar esta música à Tina, a minha amiga Argen-Tina que vai lá a casa passar a ferro...
- E a frase?
- O que a si dá gosto, a Si revela
- Certíssimo. Obrigada pela participação. E olhe, já agora, fica a saber que eu também gosto de cantar e gravei um disco (Em off) - ainda foi no tempo do vinyl, e foram só os coros, por isso não corro o risco de ninguém me pedir o download!

Françoise Hardy

- Mais uma participação, olá bom dia!
- Oi, quirida, aqui fala a Pitanga Doci...
- Olá, tudo bem? Então o que vamos ouvir hoje?
- Eu quiria ouvir o Samba do Galho Quebrado
- Esse não está disponível hoje, quebrado só tenho o Cristal, pode ser?? E, já agora, diga-nos a quem dedica este tema
- À Julinha, claro! E a frase é 'o que a si dá gosto a Si revela'
- Pois olhe Pitanga, então aqui vai: gosto de escrever e escrevi um conto infantil, todo em verso e em brasileiro, para homenagear uma menina encantadora, desta nacionalidade, chamada Juliana. (Em off) - edição muuuuuuuiiiiito limitada, portanto!

Cristal Quebrado

- As chamadas não param, o relógio soma e segue, daí que, sem mais demoras, passamos à participação seguinte. Muito bom dia, estou a falar com..??
- Pattilagrace das Feiras e quero ouvir a 'Gota de Afife', para dedicar a todos os meus eleitores, que eu já estou em campanha e tem que se aproveitar todos os bocadinhos de tempo de antena .
- Muito bem, Pattilagrace, então diga-me lá a frase:
- 'O que a si dá gosto a Si revela'
- Correcto! E tem direito a mais uma curiosa revelação: gosto de dançar e dancei folclore minhoto, ensinado por um discípulo do Pedro Homem de Mello. A minha preferida era exactamente a 'Góta de Afife' (que tem mais de 10 passos diferentes e dificílimos) e que iremos ouvir já de seguida.
- Mas eu também queria dizer que...
- Obrigada e até à próxima!- (Em off) -
ainda possuo um traje de 'domingar', completo - camisa bordada, colete, saiote, saia, avental, bolsa, canudos (meias de tricôt sem pé), lenços de cabeça e de ombros, chinelas bordadas, tudo!

Gota de Afife

- Emissão animadíssima a de hoje, cheia de participações, nesta edição especial de Discos Pedidos, aqui na SI-FM a rrrrádio oficial do blogobairrrro. Seguimos com mais um ouvinte em linha. Bom dia!
- Bom dia, o meu nome é Velvet, BlueVelvet e adorava ouvir o Frank Sinatra, que ele é o meu ídolo, sabe? E é que a música dele faz um 'pendant' perfeito com a minha personalidade já para não falar que também a queria dedicar ao Sebastião!
- Muito bem. E sabe a frase?
- Ai, a minha cabeça...A rica não quer dar uma ajudinha?
- 'O que a si dá gosto...
- ... a Si revela'!!! É isso!! Adorei participar! Iac, Iac, Iac!
- Pois, saiba a estimada ouvinte que eu também gosto de desafios positivos, por isso, no mesmo ano, comecei a trabalhar, em duas áreas completamente diferentes, casei e terminei o meu curso, por esta mesma ordem - (Em off) - exactamente, fiz tudo, mesmo à minha maneira....

My Way

- Só teremos tempo para mais duas participações, por isso apresse-se a ligar o nr. da Si-FM, que já está a tocar e tem alguém do outro lado da linha. Bom dia!!

- Bom dia. Posso pedir um disco?

- Claro que pode, é para isso que aqui estamos. Diz-me o seu nome?

- Sou a Fada, e queria ouvir os Da Vinci, para dedicar aos meus alunos do 9º ano, a ver se eles conseguem aprender alguma coisa sobre os Descobrimentos!!

- Concerteza! Diga-me então a frase para ter direito à revelação...

- O que a si dá gosto, a Si revela

- Perfeito! Mesmo a condizer..é que eu gosto muito de viajar e, embora não tenha passado por Macau, já fui à China, onde me convidaram para jantar cão - (Em off) - é claro que recusei e fiquei a detestar comida chinesa que não seja aportuguesada!

Conquistador

- Bom, e porque, de facto, o tempo passa depressa demais, quando estamos em boa companhia, falta-nos só atender a última participação de hoje, que já tenho em espera. Olá, bom dia!
- Bom dia, eu sou a Gi, e queria ouvir aquela música da Cândida Branca Flor, em que ela fala das trocas de palavras....não sei como se chama...
- Trocas e Baldrocas. É o nome da música. E vai dedicar a alguém?
- Com muitos miminhos e beijinhos ao meu Mr. Darcy, aos meus dois filhos, aos meus três cães, à minha vizinha do lado, à vizinha de cima....

- Gi, tenho muita pena mas temos de avançar. Sabe a frase?
- 'O que a si dá gosto a Si revela', mas também podia ser 'a Si dá gosto o que assim revela', ou então.....
- Gi!!, a frase incial já basta, para ganhar a última revelação: eu também gosto de falar e tenho a sorte de fazer tudo o que gosto - (Em off) - aposto que esta é a maior novidade sobre mim, dado que nem dá para perceber nem nada, certo?

Trocas e Baldrocas

E pronto, chegámos ao final desta emissão especial, aqui na SI-FM, que termina com os prometidos slogans publicitários, relativos às frequências sintonizadas neste programa:

'Crónicas do Rochedo - Um escorpião que mete medo'
'Pitanga Doce - Oceano eu fosse'
'Ares da Minha Graça - Presidência com raça'
'Blue Velvet - A cor que promete'
'Um Quarto de Fada - é matéria toda dada'
'Só falta um 31 na minha vida - a frequência de(vida)'

-(lá-lá-lá - sobe a música...lá, lá, lá, desce a música)

Despeço-me de todos, agradecendo a vossa participação e ao nosso patrocinador. Daqui a pouco está aí o sinal horário, fique bem, fique na companhia da SI-FM!

Jingle de estação - SIIIIIIIIII ÉFEÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉME, A SUA RÁDIO ESTÁ NO AAAAAAAARRRRR !!!


INDICATIVO FINAL




quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

conhecer-me # 2



Não sou mulher de meias tintas.

Sou muito mais do preto no branco, do rubro vivo de sangue na guelra, quando falo, do rosa choque quando me rio, do azul eléctrico quando me irrito, do castanho escuro e brilhante quando choro, da luz verde no pensamento, quando escrevo, do laranja fogo, quando defendo os meus princípios.

Não suporto o amarelo de sorrisos forçados, o creme untuoso que dá para todas as graxas, o cinza nem-chove-nem-molha dos indecisos, o ocre lamacento dos que procuram encosto, e muito menos o roxo de fúrias invejosas.

Há quem goste, há quem não goste, a mim tanto faz.

E tirem-me da frente os troca tintas.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Va de retro!!!!

Cara Vizinhança,

Desde já aviso que este post é impróprio para consumo e não me admiraria nada de, no fim do dia, ter uma tarjeta laranja a assinalar esta minha casa, uma lanterna vermelha no alpendre e ainda uma mancha negra pintada na porta.

A Blue Velvet desafiou-me a confessar os meus Pecados Mortais, fazendo-o de acordo com as seguintes definições de cada um:



Gula: Comer a toda a hora e/ou além do necessário







Avareza: Cobiça de bens materiais e/ou dinheiro







Inveja: Desejar atributos, status, posses e/ou habilidades de outra pessoa





Ira: É a junção dos sentimentos de raiva, rancor e ódio. Por vezes é
incontrolável





Soberba: Falta de humildade, alguém que se acha auto suficiente






Luxúria: Apego aos prazeres carnais









Preguiça - Aversão a qualquer esforço físico





Terei ainda que revelar a minha relação com os pecados capitais e nomear outros 8 blogues para responder ao desafio.

E é aqui que todos os sinais de alerta desatam a tocar, descontrolados, para deixar bem claros os perigos em que se metem se ousarem ler este post, e ostento o círculo rubro de proibição de entrada às almas mais sensíveis.

Eu, pecadora me confesso, o mais horrível ser à face da Terra, que aguarda a todo o momento a chegada do raio certeiro e vingador que me elimine, pulverizada e desintegrada, de forma a não contaminar ninguém com esta minha forma de existir, assumidamente mortal e terrivelmente pecaminosa.

São apenas 7, os que a Alta Autoridade para a Pureza determinou existir, e em todos eles reconheço culpa, que aqui revelo, num acto de contrição nunca dantes exercido:

- Gula - Como, a toda a hora, muito mais do que necessário e engulo, mal mastigadas e dificilmente digeríveis, as notícias dos jornais, da rádio e da televisão, que me deixam enfartada e a necessitar de ENO.

- Avareza - Guardo só para mim, não partilho com ninguém e rosno a quem tentar mexer na matéria do meu núcleo familiar. Cobiço, perdidamente, ter sempre o dinheiro suficiente para que nada lhes falte.

- Inveja - Sou incrivelmente invejosa daqueles que conseguem dormir de noite, com a cabeça bem assente na almofada, alheios às responsabilidades que os seus actos têm sobre a vida dos outros.

- Ira - Raiva, rancor e ódio, são sentimentos que me são incontroláveis perante quem tente usar a sua prepotência para fazer mal a seres mais fracos e desprotegidos, particularmente se forem atributos de humanos, perante humanos ou destes perante animais.

- Soberba - Deve ser dos meus maiores pecados, já que só consigo viver com o produto do meu trabalho, não sou dependente de ninguém nem de nada, o que me concede o orgulho de ser auto-suficiente e a falta de humildade em afirmar que o pouco ou muito que tenho foi conquistado com esforço e com brio.

- Luxúria - Sou extremamente apegada, aos prazeres carnais caseiros de disfrutar dos carinhos e mimalhices com que me contemplam e eu contemplo de volta, todos os dias.

- Preguiça - 24 horas por dia, não faço o mínimo esforço, nem físico, nem mental, o que na gíria significa 'não mexer uma palha', para alterar o que quer que seja na unidade comigo mesma e com os meus.

Crucifiquem-me, decapitem-me, esquartejem-me, ardam-me na fogueira! Eliminem-me dos vossos links e gritem a plenos pulmões 'VA DE RETRO' a este blog pestilento, que nunca conheci ninguém tão pecador como eu.

Finalmente, e antes que o céu me caia em cima da cabeça, para me castigar, antes que a reclusão da quarentena me expulse para sempre do blogobairro e da blogosfera, confesso ainda que nem coragem tenho para desafiar ninguém. Quem quiser arriscar a vir aqui ser infectado, que o faça, por sua própria conta e risco!!


segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

cantiga de amor antiga



- Formosa senhora minha,
dizei-me pelo que almeja
esse frágil coração seu
que este servo tão deseja.
Será a Lua, será o Sol,
Será o Mar ou o Vento?
A todos irei eu buscar,
lançar o chamamento,
de cumprir o que ordenar
neste preciso momento.
Ai, este amor, é destino,
É o mal de que definho
É ópio e meu desatino
O Bem no meu caminho.
Que doce sentimento,
Que cantiga de amigo,
Que arrebate violento,
Em chamas consumido.
- Senhor meu, descansai
é simples o meu querer:
quero seguir por onde vai,
que tudo deixo, sem fenecer.
Fique a Lua e o seu Luar,
fique o Sol e o seu brilhar,
quede o Mar e o seu vogar,
mais o Vento e o seu soprar!
Leve só a minha alma,
que a guardei pura e nua,
tome-me nos seus braços
e faça-me pra sempre sua.
Ai, este amor, é destino,
é o mal de que definho,
é ópio e meu desatino,
o Bem no meu caminho.
Que doce sentimento,
que cantiga de amigo,
que arrebate violento,
em chamas consumido.
- Ai, Senhora, minha Senhora,
que de amor por vós padeço.
Tomar voss' alma como minha,
é virtude que não mereço.
- Ai, Senhor, meu Senhor,
que por amor tudo concedo.
Levai-me, pois, no vosso corcel
e tomemos a vida sem medo!
Ai, este amor, é destino,
é o mal de que definho,
é ópio e meu desatino,
o Bem no meu caminho.
Que doce sentimento,
que cantiga de amigo,
que arrebate violento,
em chamas consumido.

domingo, 25 de janeiro de 2009

ponto da situação # 15




Querido Diário,

Hoje, deixo-te um registo muito especial. Na sexta-feira passada, li isto:

ACIDENTES RODOVIÁRIOS
Primeiros quinze dias com 27 mortos
19 01 2009 16.22H
Os acidentes nas estradas portuguesas já provocaram este ano 27 mortos, mais três que em igual período do ano passado, indicam dados hoje divulgados pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).
Destak/Lusa

Segundo a ANSR, nos primeiros quinze dias deste ano morreram 27 pessoas em acidentes rodoviários, enquanto no mesmo período de 2008 morreram 24.
Em contrapartida, o número de feridos graves diminuiu nos primeiros quinze dias do ano, tendo ficado feridos com gravidade menos 12 pessoas.
Os dados da ANSR indicam que entre 01 e 15 de Janeiro ficaram gravemente feridas 69 pessoas, número que no ano passado se situava nos 81.
Lisboa, com quatro mortos, e Santarém, com três, são os distritos com o maior número de vítimas mortais em acidentes rodoviários.
Braga, Castelo Branco, Évora, Guarda e Vila Real foram os distritos sem mortos nas estradas nos primeiros quinze dias do ano.
Os acidentes nas estradas portuguesas provocaram no ano passado menos 82 mortos e 529 feridos graves do que em 2007, mas o número de acidentes com vítimas mortais dentro das localidades aumentou oito por cento.

Depois de ter andado a conduzir o dia inteiro, no meio do temporal que esteve, onde as rajadas de vento forte, a chuva e o nevoeiro cerrado não arredaram pé, senti-me feliz por, finalmente, meter a chave na porta e verificar que todos tínhamos chegado a casa, inteiros e incólumes. É que alguns, não tiveram a mesma sorte que nós...

Até Domingo, Querido Diário!

Beijinhos,

Si
Actualização: Hoje, por causa do mau tempo e, possivelmente, devido a uma ultrapassagem mal calculada, no IP4, ocorreu um grave acidente, que provocou a morte a uma criança e ferimentos em mais 3 pessoas.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Adverti(Si)ng # 7



Até que enfim que um produto chinês corresponde à embalagem!!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

poemas que se vêem

Amílcar Furtado, da Escola Superior de Educação de Coimbra, compôs e interpretou este poema, em língua gestual portuguesa.

Quem disse que os poemas não se vêem??

A língua gestual portuguesa é objecto de estudo de muitos ouvintes, para que possam comunicar com a comunidade surda. A construção de frases é diferente, de forma a resumir ideias complexas em gestos simples. A partir do momento em que se adquire fluidez nesta língua, a expressão oral, dos ouvintes que a apreenderam, passa, muitas vezes, a conter os elementos gestuais correspondentes, de uma forma instintiva, e o falar com as mãos passa a ter um novo significado, muito mais abrangente. A sua evolução e partilha determinou, por isso, que se passasse de 'linguagem' a 'língua' gestual portuguesa.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

antes do Tempo ser Tempo # 2


Na Terra do Fogo, nos confins do fim do mundo, onde o Céu e a Terra se encontram, há um castelo que guarda, nas profundezas das suas masmorras, os Livros Sagrados do Conhecimento. Enormes, pesados e poeirentos, carregam nas suas páginas os Segredos da Vida Mágica que Gnomos e Fadas possuem, para encantarem florestas, bosques e as vidas de quem por eles passa.
Místicos e preciosíssimos, estes quatro livros estão bem guardados pelas quatro Fadas do Tempo, que nunca se cruzam nem nunca se vêem, separadas que estão, numa sala redonda de onde saiem quatro túneis que terminam em quatro portas. A mais nova das Fadas do Tempo é a Primavera; jovem, tímida e vestida de tecidos leves e coloridos, guarda os Segredos do Primeiro Livro, os do início e nascer da Natureza, que a ninguém valerão sem os outros três. A Fada do Verão, já adulta e grávida da Terra, presta os seus serviços ao Segundo Livro, onde estão registados os mistérios da sua fertilidade; Mais madura é a Fada do Outono que tem ao seu cuidado o Terceiro Livro. Opulenta e generosa nas suas vestes de cores intensas, vigia constantemente os Segredos da dádiva e distribuição dos frutos que a irmã Verão pariu e ela fez amadurecer e adoçar. Por último, o quarto Livro, guardado pela Fada do Inverno. É a mais velha, veste-se toda de branco ou cinzento em tons mais claros ou mais escuros, até ao preto e a ela é atribuída a tarefa de segurar os registos mais secretos: os da Morte e os da Vida Eterna.
Nenhum dos Livros possui toda a Sabedoria. Só os quatro, em conjunto, e colocados numa ordem específica, reúnem o que os Homens perderam vidas inteiras à procura, e mesmo assim, as suas páginas só se abrem, se o vento transportar as palavras chave, murmuradas por cada uma das Fadas do Tempo, num sussurro de diapasão.
Mas nem sempre foi assim.
Antes do Tempo ser Tempo, os Segredos da Vida Mágica estavam guardados pelos Malmequeres e eram passados de boca em boca pelos delicados beija-flor, que nunca pousavam no solo para não poluírem as Verdades com a sujidade terrena. Levavam cada Segredo no pó dourado dos ventres das flores Escolhidas, cheios de cuidado para não os verter, transportando-os para o Choupo oco, onde o depositavam no tinteiro dos Mestres Escribas. Estes, completamente cegos desde nascença, limitavam-se a segurar na pena que deslizava sózinha, deixando-a livre para escrever páginas e páginas de Segredos, que nem eles próprios nunca conheceriam, encerrados na própria tinta, especial e única.
Depois de bem secos, os escritos eram colocados em cima de uma peneira finíssima, e sacudidos os excessos de tinta, deixando apenas gravados nas folhas os seus caracteres codificados. Tal como num artesão joalheiro, que aproveita todo o seu ouro, também o que saía da peneira seria religiosamente guardado pelas Fadas Obreiras.
Foi assim que nasceu o Pó das Fadas, que lhes sai das mãos quando é preciso realizar um sonho, ou que se transforma em pirilampos, quando se apertam nós apertados entre gente.
E eu sei que é verdade.
Eu vi-os, com os meus próprios olhos, a sairem da minha árvore, na Noite de Natal.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

marca(dores)


Abriu a carta há muito recebida e posta de lado. Ligou a luz do candeeiro da mesinha de cabeceira, pôs os óculos de ver ao perto e focou as linhas atiradas para o papel, com tanta raiva, que havia traços de tinta esparramada, pingos de uma escrita sem vergonha, borrões carimbados com a violência de lágrimas em soluço. Leu tudo até ao fim, sem parar, sem hesitar em nenhuma das vírgulas que lhe pediam uma pausa e, tal como antes, teve a certeza do ponto final que a vida lhe tinha posto à frente, sem que tivesse tempo de levantar nenhuma interrogação. A sua reticência em abrir a carta, durante tantos anos, tornava-se claramente sublinhada: não pretendia reviver a exclamação daquele grito de revolta a que não tinha dado ouvidos, porque era inútil. Tão inútil como usar um travessão para riscar de vez a dor da alma.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

conhecer-me


o que está em mim não revelo

o que sai de mim é apenas isto

o que vem pra mim reservo

no porvir incerto de que existo


segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

às (Si)gundas-feiras...# 4






Não acham que estão a exagerar um bocadinho na concorrência aos shares???




BOA SEMANA PARA TODOS!!


domingo, 18 de janeiro de 2009

ponto da situação # 14

Querido Diário,

Faz por esta altura 1 ano que estive em Londres. Nunca tinha visitado a capital inglesa e aproveitando uma promoção fabulosa da Ryanair, agarrei no maridinho e, por 2 cêntimos, para cada um, comprei as passagens aéreas, ida e volta - só as passagens, porque de taxas de aeroporto foram logo 60 e tal EUROS, mas isso agora não vem ao caso - rumando à terra de Sua Magestade, numa visita relâmpago de 2 dias, porque os outros dois foram para as viagens.
O Hotel escolhido, situado num belíssimo bairro victoriano, ficava a escassos metros do Hyde Park, onde estava prometido cumprir-se o ritual de uma corridita ao Domingo de manhã e, no entretanto, fomos visitando o circuito turístico habitual.
Londres é, de facto, uma cidade bonita, de monumentos imponentes e conservados, que se destacam, orgulhosos, dos prédios de tijolo 'burro' que proliferam após a reconstrução que apagou as marcas da destruição inflingida pelos bombardeiros nazis. O rio Thames espalha a todo o comprimento um espelho de águas caprichosas e lamacentas, onde repousam as bases de 12 pontes, como a Millennium ou a Tower Bridge, todas possíveis de apreciar em poucos minutos num mini-cruzeiro, que também nos aproxima mais de estruturas tão diferentes como um vaso de guerra da II Guerra Mundial ou o gigantesco London Eye, uma roda de 100 metros de altura, que leva cerca de 45 minutos a completar cada volta.
Em Londres, tudo é excessivamente caro. Na minha opinião, estupidamente caro, se tomarmos como bitola as 2 libras e meia que exigiam por cada meia hora (exacta, contada pelo Big Ben) de assento nas cadeiras do Parque, junto ao 'Speaker's Corner' , local de livre concentração para ouvir discursos de uns quantos 'iluminados', que falam sobre qualquer coisa, desde que a moeda caia no sítio certo.
Mas este quadro não ficaria completo sem uma última pincelada referente à 'Queensway' e à sua amálgama cultural cuja grandeza é inversamente proporcional ao tamanho da rua: em pouco mais de um quilómetro, esta curiosa artéria londrina, consegue oferecer todo o tipo de restaurantes e de comércio de todo o tipo de artigos, colocados à nossa disposição por todo o tipo de pessoas das mais variadas raças, credos ou religiões. Mais interessante ainda, em Queensway não se consegue ouvir falar inglês pela rua...parece que naquela milha se despejou o conteúdo aproximado de uma versão homo sapiens da Arca de Noé, tão a ver? Muçulmanas trajadas a rigor, que seguem os maridos dois passos atrás enfiadas em burkas de tecidos lisos, negras equatoriais de panos garridos, traçados no corpo e na cabeça, bamboleando os quadris numa cadência dormente para a criança que transportam às costas, indianos sikh de turbantes perfeitos e barbas longas, acompanhados das mulheres da mesma casta e saris a condizer, ou ainda asiáticos, que trabalham em montras faceadas à rua, exibindo a sua destreza no desmanche de vários patos gordurosíssimos ou que surgem repentinamente à superfície dos passeios, vindo das profundezas das cozinhas subterrâneas.
É claro que ainda vi muito mais de Londres, naqueles aspectos turísticos de que toda a gente fala, quando se vai a este reduto de uma das monarquias mais poderosas da Europa, mas, sabes, Querido Diário?
O resto, hei-de contá-lo mais para a frente, agora quero poupar as tuas páginas para dar voz a outras letras. Mas o prometido é devido, e um dia volto ao assunto, sim??
Até Domingo, Querido Diário!!
Beijinhos,
Si
(Hiperligações: fotos da net - na altura ainda não tinha 1 blog para me eximir com a câmara....)

sábado, 17 de janeiro de 2009

100º post




























YES!!!!!




UFA!!! CHEGAR AQUI NÃO FOI FÁCIL E SEM VOCÊS NÃO CONSEGUIRIA!

OBRIGADA A TODOS OS QUE POR AQUI PASSARAM, PORQUE GOSTAR MUITO DE ESCREVER SÓ FAZ SENTIDO SE ALGUÉM NOS QUISER LER.

UM BEIJINHO PARA TODOS
E BOM FIM DE SEMANA!!


sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

pedro

Algures pelo caminho, a porta fechou-se e trancou-o lá dentro. A música, os ritmos, os risos, agora eram só dele, feitos por ele, para ele. Perdia tardes imensas a ouvir aquelas melodias, compassos voadores, de tons e meios tons, sustenidos e sentidos na sua máxima vibração. Saíam-lhe por entre os dedos as colchetas e as semifusas, para uma flauta de vento, que ostentava no ar. Em compasso binário, embalava o corpo, dançava uma dança só sua, inventava palavras que nunca tinham sido escritas, para compôr uma letra que só ele compreendia, juntava-lhe as sequências repetidas do bater de um tambor imaginário. Sempre a sorrir. Sempre a ondular o corpo. Tão presente e tão ausente naquele olhar que evitava cruzar com outros olhares. Tão perfeito. Tão uno consigo mesmo. Tão seguro no seu mundo que dele nunca iria sair. Nem deixar ninguém entrar.





quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

amizades, de A. a Z.


Já duram quase há uma vida inteira. Há gente que morre antes disso, mas nós não. Crescemos, apenas. A altura em que a enfrentaremos demorará a chegar, espero eu, e aí ainda teremos forças para nos despedirmos, porque, como sempre, estamos presentes nos momentos mais importantes das vidas uns dos outros. Não importa a distância, o número de vezes que nos falamos durante o ano, as marés revoltas que enfrentamos, ou as pessoas que conhecemos no entretanto. Somos e pronto. Os da companhia, os da conversa, os das calinadas, os da maluquice, os da choradeira, os piegas, os do riso às gargalhadas, tão altas que toda a gente olha para nós, os da serenidade, os do respeito, os do desabafo, os do chama-me quando for e sempre que for preciso, porque eu estou lá. Sempre.
Ainda se lembram? Claro. Como poderíamos esquecer? Como poderíamos não lembrar que éramos mais novos que os nossos filhos quando nos conhecemos? Como poderíamos não ter presente, na memória de longo prazo, o que vivemos nessa altura, já todos juntos, como namorados, depois indo aos casamentos uns dos outros, que fizemos questão de tornar inesquecíveis, depois pais, com a filharada toda atrás e que entretanto passou para a frente, tão amigos entre eles como nós, a caminhar rapidamente para o abrir das asas? E as diferenças entre nós, na nossa pele, nos nossos cabelos, nas nossas medidas, que não as vemos de tão continuamente juntos, de há tanto tempo estarmos ligados uns aos outros, que até demos tempo a que se completasse um ciclo inteiro nas tendências da moda, com as nossas crias a vestirem-se como nós na idade deles? Já viram que agora, como na altura, se vestem calças de ganga muito justas, os leggings estão na berra e as ombreiras a crescer? Até dá vontade de rir, algo que fazemos muito, sempre que nos juntamos. Será que estamos velhos? Não, não creio, mais crescidos sim, mais maduros também, mas sobretudo, mais amigos do que nunca, cada vez mais certos desta amizade que nos liga há quase 30 anos.
De A. a Z.




quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

antes do Tempo ser Tempo # 1


Na Terra do Fogo, antes do Tempo ser Tempo e de existirem Fadas e Gnomos, corria um ribeiro de âmbar, num leito em forma de berço, que lhe deu cama até ser rio por inteiro. Cresceu pela dádiva diária dos doces pinheiros chorosos e das suas lágrimas resinosas, caídas, gota após gota, no caudal, engrossando-o e refirmando-o em espessura de caramelo líquido.
Um dia, caído lá dos céus, um limbo de plátano, vincado pela nervura no meio, deixou-se soprar e voltear ao sabor do vento, para vir a baloiçar, lentamente, por ali abaixo em direcção ao rio. Ao que me foi dado a conhecer, parece que quis deixar para trás a árvore mãe e viver uma vida muito sua, tanto o seu instinto lhe dizia que estava destinado a tarefas importantes.
Mal se afundou um pouco, o líquido invadiu-lhe as entranhas, quebrando o ponto de açúcar nas suas pontas recortadas, deixando-as firmes e flexíveis para flutuar à tona, ao sabor dos caprichos hiperglicémicos da corrente que o conduzia. Brilhante, no seu novo verniz, depressa atraiu atenções curiosas e desejos lúbricos de uma libelinha dengosa que por ali passava, cujas paixões fulminantes a atraíam irresistivelmente para abismos tresloucados. Em voo picado, quis unir a sua vida à do limbo, colando-se para sempre aos seus braços adocicados, num suicídio desmaiado e incontido de donzela espartilhada, e logo o âmbar lhe fez a vontade, cobrindo-a com o seu manto.
De onda em onda, e de encontro em encontro com as paredes do leito, o testemunho daquele casamento impulsivo foi sendo arredondado, até formar uma esfera perfeita, que acabou por vir dar ao estuário do rio do Fogo, onde se reuniam as Feiticeiras em Concílio.
Uma delas, pegou-lhe e viu-a à transparência do sol. Colocou-a no cimo de um ceptro e conjugando as forças de Vénus, que lhe deu a beleza, as da Lua, que lhe deu a Luz e as de Atena, que lhe deu a sabedoria e poder, transformou-se em Raínha, das Fadas a primeira.





terça-feira, 13 de janeiro de 2009

le dernier tango



A paixão que os assolava era devastadora.
Mimi e Pierre sentiam aquele sentimento à flor da pele, no fundo das suas almas, em corações trespassados pela violência do amor.
De mãos dadas e corpos encostados, percorriam a Quai Branly a passo rápido, partilhando suores e transpirações, ansiedades e batimentos cardíacos acelerados, numa corrida contra o tempo, aquele que nunca mais chegava, aquele em que finalmente os fizesse chegados ao destino.
Subiram rapidamente as escadas de madeira carcomida que os levavam às águas furtadas de um velho apartamento do 7ème arrondissement da Rue Jean Rey, cúmplice silencioso de suspiros profundos. 'Mon amour, ma chérie...' 'Ah, Pierre, je t'aime a la follie! Prend mon corps dans tes bras...!!' 'Oui, Mimi, oui, je te veux!'
Presa pela cintura, num abraço estreito, vis a vis, Mimi abandonou-se no ritmo do corpo de Pierre, colados os dois, deslizando pela sala num acto intimista, louco e embalado, em passos cruzados de pernas descobertas em rendado, dados com certeza, com firmeza, com leveza insinuante, et un et deux et trois, geme a concertina, dedilhada em crescendo, et quatre et cinq et six, volteia o tronco, nas palmas das mãos, et six et sept et huit, sai um gesto dengoso, que percorre a nuca, num pas de deux explosivo, os dois e a velha grafonola, dançando como se fossem morrer a seguir, como se não houvesse mais amanhã, como se aquele fosse o seu último Tango em Paris.


segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

preces ao vento

Eu gostava que os humanos fossem mais iguais aos animais

no diálogo


no respeito


na partilha


na confiança


na ternura


no amor incondicional....



.... mas isto, claro, são as minhas preces ao vento....





e se cada um de vós apanhasse uma, para a concretizar??


domingo, 11 de janeiro de 2009

ponto da situação # 13

Querido Diário,

Ontem, quando deitei a cabeça na almofada, os olhos pesavam e as pálpebras teimavam em cerrar as portas para a realidade, a pedido de um cérebro que reclamava descanso. Deixei-me ir naquela modorra e, a flutuar no limbo do dormitar, pairei sobre o meu próprio corpo, a subir e a distanciar-me, na direcção das janelas para o sonho.
Não me lembro bem se o ambiente estava a cores ou a preto e branco. Nem mesmo se estava pintado com meias tintas. Só me lembro, claramente, dos contornos que se foram definindo à minha frente, contornos a 3 dimensões, num plano bidimensional, tal como aqueles bonecos que ganham vida pelas mais avançadas técnicas do cinema de animação.
Sonhei que a A. ainda era pequenina. Revi-lhe as faces coradas e as covinhas nas bochechas, as pernocas rechonchudas, o sorriso maroto a mostrar uns dentinhos de leite tão perfeitos e os caracóis rebeldes caídos em cima da testa alta e fontes definidas, algumas das marcas deixadas pelo carimbo das características genéticas da família do meu pai.
Reconheci-lhe gestos que já tinha esquecido, o timbre da sua voz de criança que amaciava os 'ésses' e os 'érres', as canções que ela cantava e as histórias que contávamos a meias, como aquela de 'O porquinho foi à horta e comeu uma bolota', que terminava com o 'é bem feita porque o cão tinha a mania de ser 'pestalhão' ou o 'Capuchinho..... Mermeeilho, que andava sempre a fugir, a fugir, a fugir do Lobo....Maauuu.'
Senti saudades da minha 'Pipoca', como o Padrinho lhe chama, com aquele tamanho que dava para fazer malabarismos arriscados nos braços do Pai, ou mais pequena ainda, quando, inquieta, se estendia a todo o comprido do seu peito e acalmava logo, embalada pelo bater calmo da sua pulsação.
Acordei com o coração apertado.
Este é o ano em que ela irá ganhar asas e voar, sempre com o ninho à vista, mas, ainda assim, fora dele.
Este é o ano em que atingirá a maioridade, tirará a carta de condução e se candidatará à Faculdade.
Este é o ano em que ela vai começar a deixar de ser só nossa e passará a ser deles, também; dos outros cidadãos do Mundo, que com ela se encontrarão, deixando marcas na vida uns dos outros, mesmo que por um breve encontrão.
Sabes, Querido Diário?
Mesmo sem o ter percorrido, já sei porque é que este vai ser mais um dos inesquecíveis anos da minha vida.

Até Domingo, Querido Diário.

Beijinhos,

Si

sábado, 10 de janeiro de 2009

Adverti(Si)ng # 6

(cliquem na foto para aumentar)


Será pedir muito que também me façam o mesmo, hoje????



BOM FIM DE SEMANA!!


sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

stay hungry, stay foolish


Assisti hoje, com a minha filha, a um impressionante discurso de Steve Jobs, no dia de formatura dos alunos da Universidade de Stanford, nos EUA. Anda a circular pela net, mas nem sei quando foi proferido.
Qualquer que tenha sido a altura, foi como se tivesse acabado de ser escrita cada uma daquelas palavras, cada uma das letras, unidas, num simples papel branco, que mais do que frases, continha sentimentos.
Não o vou publicar aqui, porque ver apenas parte não tem sentido, ou pelo menos o sentido completo, mas deixo-vos o link, para se quiserem espreitar, avisando-vos, desde já, que só valerá a pena clicá-lo se tiverem disponibilidade, porque o vídeo, embora legendado, é longo.


Resumidamente, Steve conta 3 histórias de vida, cujos encontros, desencontros, desaires e triunfos, fizeram dele um dos empresários mais bem sucedidos do mundo. Ligando os pontos do seu próprio destino, guiado pela intuição e o instinto, indo de contrariedade em contrariedade, torna-se num exemplo de humildade e motivação difícil de esquecer.
Desde logo, o seu início de vida, como criança dada para a adopção, com a condição imposta de tirar um curso superior e a altura em que, desistindo da Faculdade, pôde desistir também das aulas obrigatórias a disciplinas que não lhe interessavam minimamente, escolhendo assistir a outras que o atraíam irresistivelmente; como as de Caligrafia, que lhe deram a conhecer os diferentes estilos e tamanhos de letra, a maior e melhor invenção que adaptou ao seu primeiro software, quando, aos 20 anos, na garagem de sua casa, fundou, com um sócio, a Apple, lançando no mercado o primeiro computador Macintosh, cujas características seriam o maior impulso à indústria das artes gráficas. Coisas hoje tão simples como escrever em 'Arial, 10p', 'Times New Roman, 12p' ou 'Trebuchet Bold', antes dele impensáveis, tiveram, portanto e curiosamente, a sua origem em acontecimentos aleatórios, mas decisivos para a evolução da informática.
A sua segunda história, sequencial a esta, passa-se quando, já dono de um império que albergava cerca de 4000 trabalhadores nos EUA, escolheu para decidir o dia a dia da empresa, um gestor, cuja postura e ideais acabariam por entrar em confronto com as suas. Dado que todos os outros accionistas se colocaram do lado do gestor, Steve viu-se, com 30 anos, despedido da sua própria empresa, sem trabalho nem futuro garantido e exposto aos olhares do mundo.
Mais uma vez, recorrendo aos intintos mais básicos da sobrevivência, resolveu aplicar conhecimentos adquiridos, mas, sobretudo, a sua intensa paixão na criação de duas novas empresas: a NexT e a Pixar, que num volte-face do destino acabariam por se tornar, uma, na principal razão do regresso ao mercado da Apple, a outra, na maior empresa de realização de filmes de animação do mundo. A ligação de todos os pontos é incrível: se Steve não tivesse sido despedido, nada disto teria acontecido.
Finalmente, o encontro próximo com a morte, através de um cancro no pâncreas, normalmente fatal, cujo tumor revelou, afinal, um diagnóstico de forma rara, curável com cirurgia.
Hoje, todos os dias, Steve olha para o espelho e pergunta se está disposto a viver como se fosse o último da sua vida. Todos os dias tenta pôr em prática um lema há muito lido e interiorizado: 'Stay hungry, stay foolish' - permaneçam ávidos e loucos - ávidos pelo que a vida tem para oferecer, loucos o suficiente para arriscar a transformar desaires em vitórias, para viver o dia a dia como se fosse o último.
Eu arrisco. E vocês?

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

porque escrevo


Escrevo, porque escrevo.
Escrevo porque me dá um prazer enorme brincar com as palavras, arrancar de mim bocados de pensamentos desordenados, obrigá-los a ganhar juízo e sentido, divagar, discorrer, dissertar sobre um tema, um título, uma imagem, preencher espaços em branco, alinhando letras numa fila indiana, tão certinha, tão diferente daquela amálgama intermitente que ora vai, ora vem, no cimo e no interior da nossa testa.
Adoro fechar os olhos e vê-los passar. Correm tão rápido que, às vezes, só sei que passaram e me disseram algo, naquele milionésimo de segundo, para logo desaparecerem sem deixar rasto nem memória: são os fugazes, os fugidios, os escorregadios, umas vezes por timidez, outras por puro escárnio, quando revelam ideias geniais ou palermas, não cerceadas pela consciência, ou quando nos deixam o travo de serem importantes, demasiado importantes para se demorarem, tão ocupados que andam a reunir argumentos.
Os que voltam, são os conscientes. Apercebem-se daquilo que poderão ajudar no acto de pensar, e deixam-se apreciar mais demoradamente, com uma vaidade estudada, como modelos de alta costura, apresentando facetas diferentes, de acordo com o ângulo da luz a que os vemos. São também os mais arrumadinhos nas justificações, colocando sempre de um lado e do outro de uma balança, os sins e os nãos que os amparam.
E há aqueles que são omnipresentes. Os que constituem a base do nosso raciocínio, e que por isso, são mais gordos e substanciais. Foram alimentados pela educação dos nossos pais, que os ajudaram a crescer com carinho e segurança, vestiram-se de experiências e consciências ancestrais e sociais, aumentaram o seu peso nas nossas vontades, determinam e impõem a nossa maneira de ver o mundo. É com estes que nos degladiamos e defendemos dos perigos do mundo e das armadilhas da raça humana, espartilhando-os num funil de limites que impedem que o mais puro do instinto animal derrube todas as barreiras, rasgue todas as convenções, estraçalhe culturas e extravaze para o comportamento bestial.
Finalmente, os inconscientes. Aqueles que nos surgem em alturas em que não pensamos de olhos abertos e que aproveitam a escuridão para se revelarem, manhosos ou inocentes, desconexos ou reveladores, intensos ou indeléveis, que se escoam da peneira fina na boca do funil e vêm, cobertos de um véu de nevoeiro, ocupar o espaço dos sentidos adormecidos.
Uma coisa é certa: são todos eles que comandam as minhas mãos e os meus dedos, que percorrem este teclado ao sabor das suas ordens. Tão certa, como eu saber que, quando comecei a olhar para este espaço vazio, não era nada disto que pretendia escrever.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

falta de sorte



Dividia-se entre a mãe e a tia, separadas pelo salve-se quem puder da dança das cadeiras na sala de espera de um consultório.
Ora com uma, ora com outra, desmanchava-se em conversas em surdina e mimos refinados. A uma, arranjava o cachecol e aproveitava para fazer umas festas e dar uns beijinhos subtis no pescoço que o adereço ia deixando à mostra, no meio de um sorrisinho malandro e embevecido. À outra, punha-lhe o braço sobre o ombro, aconchegava-se a ela e brincava-lhe com o cabelo curto. Apesar de discreta, tão inusitada era a cena, que o velho, sentado em frente, olhava desconfiado e batia ameaçadoramente com as canadianas no chão. 'Ora não querem lá ver? O moço ou é maricas ou menino da mamã' - dardejava ele com o olhar.
'Sr. António Correia? É a sua vez' - chama a enfermeira.
Com dificuldade, ergueu-se nas muletas para percorrer a sala e, de imediato, o rapaz levantou-se e ofereceu-lhe a força da sua juventude para o apoiar.
As setas saídas do olhar do Sr. António caíram pelo caminho, à medida que se tornava mais fácil a marcha, e a boca sem um único dente, abria-se num esgar alegre, já convencido da gentileza. Desapareceu pela porta da sala do médico e já não viu o rapaz a passar o resto do tempo de espera a ajudar uma outra senhora com o funcionamento do telemóvel, para o envio de mms's natalícios. Escreveu todas as mensagens que ela lhe pediu e ainda as enriqueceu com imagens do seu próprio aparelho, enviadas por bluetooth, descansando-a que tal manobra não o faria gastar dinheiro, coisa que, julgo eu, iria, definitivamente, pôr em dúvida a credibilidade da sua boa vontade, já que ninguém está habituado a tanta simpatia duma vez só.
De facto, a minha alma estava parva. Aparentava cerca de vinte anos e estava vestido como um jovem absolutamente normal, de blusão com carapuço, sweat, calças de ganga e sapatilhas "All Stars" e o cabelo, curto e ondulado, acamado com gel. Procurei-lhe outros sinais de 'esquisitice', como aquela que o pensamento maldoso do Sr. António teria aviltado, mas nada. Entre uma mensagem e outra, atirava disfarçadamente um olhar interessado num bom par de pernas em collants opacos, que uma mini-saia roxa e laranja lhe tinha posto à frente, corroborando a sua tendência para a 'normalidade'. Ainda tentei apurar os ouvidos para ver se, daquelas conversas em voz baixa, saíam alguns impropérios contra a mãe ou a tia, ou mesmo uns grunhidos, uma pitada de sons guturais, quem sabe até um ou outro 'não' rosnado, mas sem sucesso. Quase que vingava a minha descrença, quando ouvi um 'eu vou' mais sonoro e firme que saía daquela boca, mas afinal, foi só mesmo para reforçar o seu cavalheirismo em ir buscar um café, já açucarado e mexido, para uma das suas donzelas.
Quando vim embora, senti-me desiludida e defraudada. Tanto esforço para arranjar um tema para um post, daqueles que surgem naturalmente em salas de espera de consultório, e logo me havia de aparecer um jovem educadíssimo, que não me deu mote para construir uma história. Não tenho sorte nenhuma.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

contra tempos


Na mais ordenada casa
surgem contratempos,
que tal como se indica,
atrasam o tempo dos tempos
que todos atribuímos
na gestão dos nossos momentos.
É deveras irritante,
esta mania de contradizer,
pondo de pernas para o ar
o que planeámos fazer.
Ora, se há horários,
se há horas a cumprir,
porque raio haverá também
um tempo de lhes fugir?
Sinceramente, não entendo
esta forma que o tempo tem
de, na vez de correr sereno,
correr como lhe convém.
Será qu'inda não percebeu
que n'altura em que desandou
passou o tempo a desfazer
o que o Tempo determinou
estar na altura de fazer?
Ai, Senhor Tempo,
meu rico Senhor Tempo,
diga lá o que fazemos
se inventa um contratempo?
Como vamos encontrar
um tempo definido
de forma a recuperar
aquele tempo já perdido?
Em boa verdade lhe digo,
a minha modesta posição
que neste ano que se inicia
tomo como resolução:
Não mais vou perder tempo
com tempo que não tenho,
e aproveitar cada momento
com o tempo que detenho.
É que só assim eu resolvo
esta luta contra o tempo,
aquele que teima em passar
mesmo contra o contratempo.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

às (Si)gundas-feiras...# 3

Back to work Pictures, Images and Photos

E ainda por cima, esta semana tem 5 dias úteis!