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Nos mistérios de um Cânon Secreto, vasculhados entre páginas desfolhadas que ocultam paciências e sabedorias infinitas, descobri esta taça, pintada com reverência por mãos magistrais de monges budistas, em tons de azul petróleo e levemente esborratada com manchas de cor de carne. Indagando a sua utilidade, examinei-a de um lado e do outro, revirando a meia esfera e sentindo-lhe as imperfeições, pelo meio da poeira acumulada que lhe soprei. Leve, mas compacta, aparentando um artefacto antigo, e no entanto vulgar, parecia não ser merecedora de ser incluída entre segredos tão preciosos, como aqueles que os seus pares guardavam pelo meio de folhas quebradiças. Foi quando descobri, que, aproximando-a dos meus tímpanos sobrecarregados de ruídos futuristas, poderia ouvir o silêncio dos mosteiros em meditação, apenas quebrado por leves murmúrios de oração devota, cujas preces devem ser levadas pelo vento e se soltaram no éter, no momento em que as ouvi.
Dji si namkha né pa tang(oração budista)
Pousei-a de novo, com suavidade. Afinal, aquela taça, nada mais era do que meia Terra a pedir Paz para a outra meia.
14 comentários:
Infelizmente aceitar tal pedido não cabe à outra metade, mas sim aos homens que habitam as duas.
"Porque viver é um privilégio absoluto"
Não posso concordar mais .Bela entrada para o seu blog.Tb gostei muito da taça e da oração .Tão suave.
"enquanto .."
:)
É pena ser um artefacto antigo e raro.
A taça está sempre meio cheia não é?
E´tudo o que nos espéra É METRO E MEIO de terra para descansar-mos eternamente em PAZ!!!
Esta taca esta mesmo a precisar do nectar que esta a sua espera na minha casa :)
Beijinho.
Um post com tudo de bom:
o texto, o azul da taça, a sabedoria infinita dos monges budistas, que estudo e me fascina e a oração final.
Tudo junto e interiorizado faria deste mundo A BETTER WORLD.
Beijinhos de mim para Si
Muito bem! Agora temos um espaço mais "zen". Gostei!
Beijinhos.
É cada vez mais difícil juntar as duas metades...
Parabéns pelo new look do seu blog!
O mundo carece de sons diluídos em murmúrios. Hoje ninguém mais sussurra ao ouvido, nem para pedir paz!
beijos e bom dia.
Quase não se ouve o silêncio nem os pensamentos não é?
A oração é muito bonita :)
Beijinho
Ao ler o seu post fui transportada ao tempo em que li "A Terceira Visão" de Lobsang Rampa, acho que devia andar pelos 14 anos, e fiquei absolutamente fascinada pela cultura tibetana. Nem imagina a desilusão que tive há uns anos quando descobri que o autor nunca foi monge tibetano coisa nenhuma e o livro é completamente saído da imaginação dele!
E eu já encontrei um bocadinho de paz nesta sua meditação, Si. :-)
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