sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

stay hungry, stay foolish


Assisti hoje, com a minha filha, a um impressionante discurso de Steve Jobs, no dia de formatura dos alunos da Universidade de Stanford, nos EUA. Anda a circular pela net, mas nem sei quando foi proferido.
Qualquer que tenha sido a altura, foi como se tivesse acabado de ser escrita cada uma daquelas palavras, cada uma das letras, unidas, num simples papel branco, que mais do que frases, continha sentimentos.
Não o vou publicar aqui, porque ver apenas parte não tem sentido, ou pelo menos o sentido completo, mas deixo-vos o link, para se quiserem espreitar, avisando-vos, desde já, que só valerá a pena clicá-lo se tiverem disponibilidade, porque o vídeo, embora legendado, é longo.


Resumidamente, Steve conta 3 histórias de vida, cujos encontros, desencontros, desaires e triunfos, fizeram dele um dos empresários mais bem sucedidos do mundo. Ligando os pontos do seu próprio destino, guiado pela intuição e o instinto, indo de contrariedade em contrariedade, torna-se num exemplo de humildade e motivação difícil de esquecer.
Desde logo, o seu início de vida, como criança dada para a adopção, com a condição imposta de tirar um curso superior e a altura em que, desistindo da Faculdade, pôde desistir também das aulas obrigatórias a disciplinas que não lhe interessavam minimamente, escolhendo assistir a outras que o atraíam irresistivelmente; como as de Caligrafia, que lhe deram a conhecer os diferentes estilos e tamanhos de letra, a maior e melhor invenção que adaptou ao seu primeiro software, quando, aos 20 anos, na garagem de sua casa, fundou, com um sócio, a Apple, lançando no mercado o primeiro computador Macintosh, cujas características seriam o maior impulso à indústria das artes gráficas. Coisas hoje tão simples como escrever em 'Arial, 10p', 'Times New Roman, 12p' ou 'Trebuchet Bold', antes dele impensáveis, tiveram, portanto e curiosamente, a sua origem em acontecimentos aleatórios, mas decisivos para a evolução da informática.
A sua segunda história, sequencial a esta, passa-se quando, já dono de um império que albergava cerca de 4000 trabalhadores nos EUA, escolheu para decidir o dia a dia da empresa, um gestor, cuja postura e ideais acabariam por entrar em confronto com as suas. Dado que todos os outros accionistas se colocaram do lado do gestor, Steve viu-se, com 30 anos, despedido da sua própria empresa, sem trabalho nem futuro garantido e exposto aos olhares do mundo.
Mais uma vez, recorrendo aos intintos mais básicos da sobrevivência, resolveu aplicar conhecimentos adquiridos, mas, sobretudo, a sua intensa paixão na criação de duas novas empresas: a NexT e a Pixar, que num volte-face do destino acabariam por se tornar, uma, na principal razão do regresso ao mercado da Apple, a outra, na maior empresa de realização de filmes de animação do mundo. A ligação de todos os pontos é incrível: se Steve não tivesse sido despedido, nada disto teria acontecido.
Finalmente, o encontro próximo com a morte, através de um cancro no pâncreas, normalmente fatal, cujo tumor revelou, afinal, um diagnóstico de forma rara, curável com cirurgia.
Hoje, todos os dias, Steve olha para o espelho e pergunta se está disposto a viver como se fosse o último da sua vida. Todos os dias tenta pôr em prática um lema há muito lido e interiorizado: 'Stay hungry, stay foolish' - permaneçam ávidos e loucos - ávidos pelo que a vida tem para oferecer, loucos o suficiente para arriscar a transformar desaires em vitórias, para viver o dia a dia como se fosse o último.
Eu arrisco. E vocês?

13 comentários:

salvoconduto disse...

Sou louco o suficiente para não ter juízo...

Unknown disse...

Excelente história de vida!!
Há pessoas que tem o dom de criar e fazer crescer as suas ideias! Bem haja!

Um abraço.

Gi disse...

Estas são as pessoas que considero, verdadeiramente, dotadas;
São pessoas que desceram ao Mundo, como verdadeiros Anjos para melhorar a vida de outros;
Nunca se esqueceram dos seus princípios, como meio de prosseguir os seus fins e levá-los a bom porto.
Estes são os verdadeiros dotados de humanidade e na Humanidade.

Lita disse...

Eu arrisco.

Patti disse...

É o empreendedor que nunca desiste. O valente.

Azul Diamante azul disse...

É bom não esquecer que ele vive num país com outras dimensões e oportunidades.

BlueVelvet disse...

Os discursos e palestras dele são famosos.
Este não conhecia mas irei vê-lo com todo o cuidado.
Embora acredite que há pessoas a quem se abrem portas e outras não, é um facto que não baixar os braços faz toda a diferença.
É a diferença entre o quitter e o loser.
Beijinhos de mim para Si

Anónimo disse...

Olá Si.
Hoje não vejo o vídeo. Mas acho que o que aqui escreveu foi excelente para se perceber do que trata. Parabéns pelo post.
A imagem do post Apple, faz-me lembrar aquele ditado que eu digo a muita gente doente e /ou que vejo comer "An apple a day keeps the doctor away".
Já estive na Apple em NY e senti-me alucinada com o mundo á sua volta.
Quando vi esta imagem, aqui postada e antes de ler o seu texto, senti uma pureza , uma luz, uma mensagem positiva.
Lendo o texto percebi que não foi em vão que interpretei o que vi.
Obrigado pela sua mensagem.
Beijinho
cantinhodacasa

Ana Napoleão disse...

Muito bom!!! Admiro imenso quem tem coragem para arriscar sem medos!
Nem sempre é fácil arriscar...
O seguro é muito mais fácil...
Mas todos os dias vou tentando arriscar em alguma coisa...

Bjcs

Anónimo disse...

Fiz o meu comentário, perante o texto que li, e acabei por ver o vídeo também.
Grande lição de vida, de luta, de força.
Gostaria de lhe dizer qie fiz "publicidade" a este post, referenciando o seu blog, no meu cantinhodacasa.
Faço-o quando gosto e leio algo que me sensibiliza.
Parabéns.

Si disse...

Sol no cantinho da casa ;)
Já tinha reparado, quando lá fui espreitar há pouco.
Obrigada pelo destaque, mais uma vez.
Beijinhos

pedro oliveira disse...

Eu tento, e muitas vezes consigo.ma s ás vezes...é da vida!

Borboleta disse...

Quem não arrisca, não petisca!

Eu arrisco e confesso ser uma perfeita louca ;o)