Na Terra do Fogo, nos confins do fim do mundo, onde o Céu e a Terra se encontram, há um castelo que guarda, nas profundezas das suas masmorras, os Livros Sagrados do Conhecimento. Enormes, pesados e poeirentos, carregam nas suas páginas os Segredos da Vida Mágica que Gnomos e Fadas possuem, para encantarem florestas, bosques e as vidas de quem por eles passa.
Místicos e preciosíssimos, estes quatro livros estão bem guardados pelas quatro Fadas do Tempo, que nunca se cruzam nem nunca se vêem, separadas que estão, numa sala redonda de onde saiem quatro túneis que terminam em quatro portas. A mais nova das Fadas do Tempo é a Primavera; jovem, tímida e vestida de tecidos leves e coloridos, guarda os Segredos do Primeiro Livro, os do início e nascer da Natureza, que a ninguém valerão sem os outros três. A Fada do Verão, já adulta e grávida da Terra, presta os seus serviços ao Segundo Livro, onde estão registados os mistérios da sua fertilidade; Mais madura é a Fada do Outono que tem ao seu cuidado o Terceiro Livro. Opulenta e generosa nas suas vestes de cores intensas, vigia constantemente os Segredos da dádiva e distribuição dos frutos que a irmã Verão pariu e ela fez amadurecer e adoçar. Por último, o quarto Livro, guardado pela Fada do Inverno. É a mais velha, veste-se toda de branco ou cinzento em tons mais claros ou mais escuros, até ao preto e a ela é atribuída a tarefa de segurar os registos mais secretos: os da Morte e os da Vida Eterna.
Místicos e preciosíssimos, estes quatro livros estão bem guardados pelas quatro Fadas do Tempo, que nunca se cruzam nem nunca se vêem, separadas que estão, numa sala redonda de onde saiem quatro túneis que terminam em quatro portas. A mais nova das Fadas do Tempo é a Primavera; jovem, tímida e vestida de tecidos leves e coloridos, guarda os Segredos do Primeiro Livro, os do início e nascer da Natureza, que a ninguém valerão sem os outros três. A Fada do Verão, já adulta e grávida da Terra, presta os seus serviços ao Segundo Livro, onde estão registados os mistérios da sua fertilidade; Mais madura é a Fada do Outono que tem ao seu cuidado o Terceiro Livro. Opulenta e generosa nas suas vestes de cores intensas, vigia constantemente os Segredos da dádiva e distribuição dos frutos que a irmã Verão pariu e ela fez amadurecer e adoçar. Por último, o quarto Livro, guardado pela Fada do Inverno. É a mais velha, veste-se toda de branco ou cinzento em tons mais claros ou mais escuros, até ao preto e a ela é atribuída a tarefa de segurar os registos mais secretos: os da Morte e os da Vida Eterna.
Nenhum dos Livros possui toda a Sabedoria. Só os quatro, em conjunto, e colocados numa ordem específica, reúnem o que os Homens perderam vidas inteiras à procura, e mesmo assim, as suas páginas só se abrem, se o vento transportar as palavras chave, murmuradas por cada uma das Fadas do Tempo, num sussurro de diapasão.
Mas nem sempre foi assim.
Antes do Tempo ser Tempo, os Segredos da Vida Mágica estavam guardados pelos Malmequeres e eram passados de boca em boca pelos delicados beija-flor, que nunca pousavam no solo para não poluírem as Verdades com a sujidade terrena. Levavam cada Segredo no pó dourado dos ventres das flores Escolhidas, cheios de cuidado para não os verter, transportando-os para o Choupo oco, onde o depositavam no tinteiro dos Mestres Escribas. Estes, completamente cegos desde nascença, limitavam-se a segurar na pena que deslizava sózinha, deixando-a livre para escrever páginas e páginas de Segredos, que nem eles próprios nunca conheceriam, encerrados na própria tinta, especial e única.
Depois de bem secos, os escritos eram colocados em cima de uma peneira finíssima, e sacudidos os excessos de tinta, deixando apenas gravados nas folhas os seus caracteres codificados. Tal como num artesão joalheiro, que aproveita todo o seu ouro, também o que saía da peneira seria religiosamente guardado pelas Fadas Obreiras.
Foi assim que nasceu o Pó das Fadas, que lhes sai das mãos quando é preciso realizar um sonho, ou que se transforma em pirilampos, quando se apertam nós apertados entre gente.
E eu sei que é verdade.
Eu vi-os, com os meus próprios olhos, a sairem da minha árvore, na Noite de Natal.
8 comentários:
Estou aqui farto de apertar os nós e não vejo pirilampos! Deve ser a fada velha que anda aqui a atazanar...
Este Castelo só existe no Hemisfério Norte, não é?
Eu prefiro o Castelo que existe no Hemisfério Sul, parco em fadas, mas o pó que lhes sai das mãos é igualmente intenso e cheio de pirilampos. E o perfume, Meu Deus, o perfume...
Eu vi logo que havia uma explicação para esta minha angústia do tempo. Só não sabia é que estava tão bem escrita no 5º Livro.
De sonho, Si!
Estas historias fazem-me sonhar.
Simplesmente lindo!
Olá! Venho só para dizer que lhe deixei um desafio e uma distinção no DELITO DE OPINIÃO.
Volto mais tarde para ler e comentar.
Conchinhas
Nem tenho palavras para descrever o encanto que sinto com a continuação desta história... quando publicou o seu post com as fotografias da noite de Natal, reparei nos efeitos das luzes e na sua referência aos pirilampos, mas nunca pensei que resultassem nesta maravilha.
Mais escrita reactiva, por favor.
Também tinha reparado nas luzinhas à volta da àrvore de Natal mas não imaginei que fossem dar esta maravilha.
Ainda por cima pirilampos que tanto me encantam.
E mais, neste tempo, a ser assim, até tinha gostado do Inverno:)
Lindíssimo, Si
Beijinhos
Lindo, muito lindo, mesmo, Si!
Sabe que uma noite, num Parque Natural da Croácia, assisti a um espectáculo ( só ocorre três noites no ano) que este post me veio recordar? Um dia eu conto tudo direitinho.
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