
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Estou num sarilho!! Ajudam-me??

domingo, 29 de novembro de 2009
confissões de domingo # 5
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
viagens subcutâneas # 1
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
de mim para mim
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
antes de o Tempo ser Tempo # 4

Era uma vez, uma velha muito velha, que não fazia outra coisa senão fiar. Dia e noite, noite e dia, fiava, fiava, roca e fuso sempre a trabalhar, novelos e novelos de alvo algodão imaculado, tão brancos eram, como negra cada sua mão, traçada e rilhada de tanto fio fiar.
E vinham as comadres, velhas menos velhas do que ela, que não se cansavam de lhe perguntar, para que lhe servia tanto fio, que toda a vida a tinham visto fiar. E da mesma forma ela sempre respondia, que um dia chegaria aquele em que serviria todo o fio fiado, porque o seu destino seria, aquele que uma Fada lhe fadaria, e que a recompensa decerto seria do seu agrado.
Mas, o que é certo, certo, é que a velha se finou, e o destino, esse, às comadres nunca se revelou.
Nem podia.
Como é que alguém acreditaria, que, depois de finada, a velha continuaria a fiar tanta fiarada? E, quem diria, que cada fio perfeitamente saberia a tarefa premeditada?
Ai querem saber o que viria a acontecer? Então escutem bem o que vos vou descrever:
Do novelo do sol se soltava, uma e outra ponta desembaraçada, que, depois de fiada, sozinha formava uma hábil laçada. Da direita para a esquerda e da esquerda para a direita, os fios se fundiram em trama bem feita, forrando o céu pelos Deuses pisado, de um fofo e alvo atapetado.
Contentes com o seu novo piso, os Deuses abriram o seu raro sorriso e a velha recompensaram, com um palácio fulgente, que ela habitaria eternamente, e de onde veria, até onde a vista alcançasse, todos os fios dos tapetes que a Fada lhe dissera que fiasse.
Fantasia? Nem pensar!! Ora espreitem lá o palácio a ofuscar...

sábado, 21 de novembro de 2009
é de ir às lágrimas........
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
preto no branco

terça-feira, 17 de novembro de 2009
rótulos
domingo, 15 de novembro de 2009
confissões de domingo # 2
Quer entrar e aproveitar o aconchego?
Então vá, instale-se que eu leio em voz alta.
Só por ser para si.
Tremia, quando encostaram o carro à tua porta.
A corrida estava prestes a começar, só subiria para recolher um livro. Ofegava como um cavalo cansado quando galguei aqueles quatro andares a pé, nervosamente, e, suspensa num degrau, perguntei:
- Estás aí?
Era a primeira vez que te ouvia, a tua voz a sossegar-me:
- Claro!
Abrandei a escalada tomada de uma sensação conhecida: uma vez mais alguém mudaria a minha vida. Não sabia até que ponto ias fazê-lo, mas soube logo que eras tu. Talvez tivesse adivinhado antes, mas era ainda tão inverosímil que não me dei crédito nem, lembro-me agora, tive tempo. Estavas ali, surgias antes de me recompor, era já naquele andar, tomara fôlego para mais degraus, mas não foi necessário. Expectante, com um olhar risonho, longinquamente retraído, enfrentando-me logo, evitando elegantemente encostar o olhar nalgum aspecto da minha indumentária ou numa só forma do meu corpo, como que a aceitar-me logo, sem restrições, foi esse o instante que o meu coração reteve e guarda como uma relíquia, Nuno, esse o momento em que te conheci e reconheci como alguém que me estaria destinado....(*)
(*)Extracto autorizado da obra '4 & 1 Quarto' de Rita Ferro
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
maravilhas do meu Porto # 2


quarta-feira, 11 de novembro de 2009
provocações

segunda-feira, 9 de novembro de 2009
cerimónias

sexta-feira, 6 de novembro de 2009
há mails que dão um post # 4
oh, (Si)nhores, mas não há nenhuma onda que o leve??
Ahh, e não percam a versão em inglês, aqui
BOM FIM DE SEMANA!!
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
onomatopeias

segunda-feira, 2 de novembro de 2009
parasimpattias # 1

Exercício: Um velho está em pé numa paragem de autocarro, com uma bengala na mão e um folheto na outra. O dia é frio, chuvoso e triste.
(Narrador na 1ª pessoa)
Cada vez mais me custa subir esta rua. Ao fim de tantos anos, parece agora refilar com o peso dos meus passos e diverte-se a soltar-me armadilhas, uma pedra eriçada aqui, um charco de água acolá, prontinha para me pregar uma rasteira traída ou uma escorregadela fatal. Mas não lhe quero dar essa alegria. Não dou. Não, por mim, ainda vai ter muito que me aturar. Velhos são os trapos e eu sou de ferro; como diz a Dra. Lurdes.
Raio destes ganapos! Eu bem lhes mostro os dentes, aviso-os que chego, exibo os predicados que me deram no berço, mas nada os demove de ocupar selvática e ostensivamente os bancos da paragem, em exercícios patéticos de paixões frenéticas que, invariavelmente, terminam nas férias grandes. E invariavelmente, fico de pé. Como as árvores. Mas sem morrer, graças ao Senhor.
E à Dra. Lurdes.
O 308 demora sempre a esta hora. Ainda para mais com o tempo assim, que me pode resfriar.
Lá atrás continuam a escalar no tom e no atrevimento, como se o mundo acabasse amanhã, e urgisse dar continuidade à espécie humana na sua mais reles herança. Fosse eu que mandasse e afivelava-lhes o cinto no lombo, para terem respeito, as mulheres - mas quais mulheres, estas, são miúdas de bibes ainda suados de leite, metidas a meretrizes - devem ser dignas de reverência à sinuosidade helénica das formas, à harmonia cadenciada do andar, à generosidade de colos mansos e perfumados.
Como o da Dra. Lurdes.
Ainda sinto o cheiro dela neste folheto. Ainda sinto a maciez das mãos que mo entregaram. Tão presente, como de cada vez que me envolve o antebraço no aperto das tensões. Ou me deixa entrever o desenho dos seus seios maduros, quando me ausculta.
Tivesse eu coragem, tivesse eu certezas, e seguiria os conselhos aqui escritos: tomaria de bom grado esta droga para que me deixasse tão vigoroso como esta minha bengala, de bandeira desfraldada sempre que tocasse o hino, sempre que lhe pudesse tocar e a fizesse vibrar, no contratempo do tempo que ainda tenho para lhe dar, e, juntos, compormos a sinfonia da nossa solidão. Que deixaria de o ser.
Dra. Lurdes, minha querida.
Olha, lá vem o 308, espero que este paspalhão não pense que eu não reparei que chegou depois de mim, deixa lá pôr a bengala a jeito, eu estou primeiro, ouviu?
