Esta é uma história antiga, muito antiga, daquelas tão antigas que nem sabemos ao certo quando se passou. Tem para lá de cinco mil anos e aconteceu a milhares de quilómetros daqui, na China milenar, governada por um imperador chamado Shen Nung, o patricarca da etnia Han. Um homem estudioso e iluminado que acreditava que o conhecimento e a disciplina beneficiariam e incentivariam o seu povo a cuidar da saúde e do seu bem estar, um herbalista documentado, que viria a tornar-se pai da Terapia Oriental. Rígido nas suas convicções, uma das primeiras medidas que tomou, foi a de obrigar todos os seus súbditos a ferver a água destinada a beber, porque acreditava que isso os aproximaria da pureza.
Grande parte do seu tempo dedicou-o a percorrer o país de lés a lés, andando pelo meio dos campos e das culturas, observando os agricultores e dormindo na terra. Foi assim que Shen Nung recolheu a maioria das espécies vegetais conhecidas da altura, provando-as e estudando as suas propriedades medicinais e foi assim que, numa dessas incursões, algo de extraordinário aconteceu.
Descansava debaixo de uma árvore, quando um dos servos lhe trouxe, acabada de ferver, água para matar a sede da caminhada. Antes que a levasse aos lábios, umas folhas caíram-lhe em cima, tingindo-a de verde e dissolvendo-se num paladar soberbo. Maravilhado, ali mesmo Shen Nung a provou e aprovou, decidindo que passasse a ser servida no palácio, e que a Camellia sinensis fosse largamente introduzida na produção agrícola chinesa.
Sobre ela, muitos séculos mais tarde, Lu Yu haveria de escrever um livro, intitulado Ch'a Ching, onde documentou, exaustivamente, o cultivo e preparação do chá chinês, que haveria de correr mundo, levado pelos portugueses, e tornar-se na bebida mais consumida de sempre, a seguir à água. **
Abri-vos o apetite? Então entrem, sentem-se e sirvam-se. O bule já está na mesa.
e se houver alguém, neste bairro, viciado em chá, considere-se, hoje, convidada especial...
**Nota Si: esta história, na sua essência, contém factos verídicos e outros que fazem parte da mitologia chinesa.
12 comentários:
Posso levar o bule, é que eu bebo muito!
Não posso considerar-me um viciado, mas sou, sem dúvida, um apreciador.
Já tinha lido sobre a História do Chá.
E se eu gosto de cha, principalmente o que tenho directamente vindo da Índia. E não é só o chá, gosto mesmo é do ritual de se fazer o chá; não havia chá que eu gostasse mais que aquele feito pelo meu pai.
Todos os santos dias desde 2003 quando "apanhei" o vicio de beber chá de menta em Marrocos.
aceito o convite
bom fds
Não sou viciada em chá, mas até podia ser...
Fui concebida, gerada e criada até quase aos 12 anos, numa plantação de chá (preto) em Moçambique.
Habituei-me a bebe-lo de todas as maneiras..., simples, com açucar, com leite condensado, quente, gelado, etc.
Gosto muito de chá!
Não só preto...
Beijinhos
Cara Si sou apreciadora de chá, como tal aproveito o convite para tomar uma chavena e quero convida-la a passar pelo meu estaminé, tenho um mimo á sua espera.
Beijinho.
Assisti um dia destes a um documentário muito interessante sobre a história do chá, que gosto, especialmente com bastante açúcar.
Bom fim de semana
Eu alinho sempre num chá preto, dos outros não sou muito fã.
Adorei a história.
Bom final de semana.
Pronto...tu dás o chã e levo os biscoitinhos para acompanhar , pode ser!?
Beijinho
Querida Si,
conhecia a história.
Tenho um livro lindíssimo que comprei no Barnes and Noble com a história, as qualidades,imagens lindíssimas aprendi a cerimonia do chá na Suiça.Sou, de facto, viciada.
E como faço colecçao de bules de chá fiquei apaixonada por este.É seu?
Muito obrigada pelo chá em minha honra.Não importa nada que tenha sido com 1 dia de antecedência.
O que conta é a intenção.
Beijinhos de mim para Si
Velvet,
O bule é do 'Flickr' e não meu, mas deve-se arranjar por aí alguma coisinha que lhe agrade para acompanhar o ritual..........acho que até já lhe deve estar a tocar à campaínha!!
A minha mãe tem um bue muito semelhante a este. Trouxe-lho da China ha uns anos.
Não sou viciado em chá, mas gosto muito, especilamente acompanhado pela leitura dos sesu posts
Enviar um comentário