Morrera.
Partira, sem dizer adeus, de sorriso aberto nos lábios, confiante que entre o cerrar das pálpebras e o despertar, deslizando sobre o rubro tapete de acesso à eternidade, não demoraria mais do que um pestanejar.
Tal era a sua fé.
E caminhou, segura nos passos, na direcção, no sentido das coisas.
Aqui e ali, despojou-se dos pequenos fardos da existência, pendurando os abafos de mágoas, pousando as malas de recordações, aliviando-se do aperto de amarras, transparecendo-se.
Lavou-se, despida e desnuda de porquês e de razões, purificou-se, atravessando o crivo finíssimo da imperfeição.
Estava pronta.
Aninhou-se em posição fetal e guardou-se, aguardando um novo acordar, ali, onde a consciência guarda a alma.
5 comentários:
Sim, às vezes é preciso deixar tudo para trás, parar um pouco e recomeçar de novo...
E disseste-o de uma maneira muito bela!
E seria tão simples se assim fosse!
Tanta beleza e sensibilidade nas palavras.Texto a arquivar ,digo eu.
Abraço longo.longo.
Ela voltará!
Abraço
Eu cá, vou ficar sempre à espera dos reacordares da vida.
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