domingo, 28 de dezembro de 2008

ponto de (Si)tuação # 11



Querido Diário,



Este vai ser o meu último registo nas tuas páginas antes de entrar o novo ano.
2008 vai acabar, não sem antes deixar aqui a memória deste Natal, com algumas imagens, do género 'para mais tarde recordar'. Um Natal bom, passado em família, alegre e sereno, que reuniu pais, filhos, irmãos, tios, sobrinhos e netos, numa noite em que a magia resolveu aparecer, pelo simples facto de estarmos todos juntos.
Às 19.30h, em ponto, chegámos a casa do meu irmão. A lareira acesa e o calor da sala, aqueceram-nos a alma de imediato, fazendo-nos esquecer o frio que fazia lá fora. Se alguma dúvida houvesse, do que é que nos traria ali, bastaria olhar para as velas do Advento, todas apagadas, em contagem descrescente para a chegada próxima do Menino.
Os aperitivos e a boa conversa tomaram conta do tempo até à altura do jantar. À mesa, o bacalhau cozido esperava pela reunião dos convivas desfazendo-se em lascas grossas, num casamento perfeito com o azeite do lavrador e as pencas do Sr. Adelino. (Porque será que nesta noite o bacalhau, a batata e as couves têm um sabor tão diferente e especial??)
No final, as sobremesas, doces feitos em casa, com esmero, os sonhos, o arroz-doce, a aletria, as rabanadas da minha mãe, postas, como sempre, em roda, no velho prato da louça da Avó 'Quina, que lhes dá um sabor tão especial, o meu leite creme, feito com os ovos caseiros que a D. Mena me arranjou, que o deixaram cor de amarelo-sol, ainda morno, tão tostadinho, tão acabadinho de queimar, que ainda nem se tinha desfeito em caramelo líquido.
As horas passaram tão rápido que ninguém deu pela chegada da meia-noite.
E foi aí que a magia aconteceu.
A árvore de Natal desprendeu as luzes, que se transformaram em pirilampos. Levantaram vôo e viajaram pela sala toda, em busca de sítio para pousar, trouxeram a sua claridade intermitente à meia luz do ambiente, e espalharam os seus pós de perlimpimpim sobre todos, tornando bem visíveis os laços que nos unem, a família que somos, a falta que fazemos uns aos outros, aquilo que uns aprendem com os outros, para voltar a ensinar, mais tarde. E ao ficarem tão iluminados, garantem que aquilo que sempre nos uniu, foi o respeito, o carinho e o amor, que trocamos todos os dias e não apenas uma vez por ano.
O pai, o filho, a filha e o neto, que também são o avô, os irmãos, a tia e o filho, ou ainda o avô, os tios e o sobrinho, nesta complexa teia de títulos familiares, terminaram a noite com aquilo que passou 3 gerações. Cada um pegou na sua e a música apareceu na Noite de Natal.


(fotos minhas)
Até Domingo, Querido Diário!
Até para o Ano!!
Beijinhos,
Si

6 comentários:

salvoconduto disse...

Não é certamente a imagem do natal que nos acompanhará em 2009, infelizmente. É demasiado fugaz. Há quem diga que natal é todos os dias, é quando a gente quiser, assim fosse, mas não é. Façamos por isso e um dia poderá sê-lo.

Pitanga Doce disse...

E não é preciso mais do que a família reunida.

beijos Si

Vera disse...

Si, lá pelo Vekiki também estão umas fotografias do nosso Natal. E sim, há magia quando nos juntamos na noite de Natal, porque nenhum dos nossos outros encontros durante o ano tem essa magia, essa vontade de estarmos todos juntinhos.
Beijos Si!
PS - ainda não pus lá o prémio por falta de tempo...sorry!

1/4 de Fada disse...

Belíssima descrição. Nem imagina a pena que eu tenho pelo facto da minha família estar mínima. Espero bem que os meus filhos façam alguma coisa para a aumentar - daqui a alguns anos, claro!

BlueVelvet disse...

O Natal como o vivo é também assim.
Com tudo o que tão bem descreveu.
Por estas e outras é que tem umas coisas lá na minha casinha à sua espera.
De caminho se me puder levar uma tacinha de leite-creme, pois que fico muito agradecida.
É que me ficaram os olhos no prato.rsrsrs
Muitos beijinhos de mim para Si

Patti disse...

Óptima vivência Si e é assim que vale a pena.