quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

antes que 2010 comece

foto daqui


e junte o seu desejo para o novo ano.

E depois... quem sabe?

Talvez só dependa de si concretizá-lo.

(e se o quiser partilhar, é só deixá-lo na caixinha dos comentários)

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

o meu desejo sincero

... a todos os que passam por aqui, vizinhos, amigos virtuais deste blogobairro especial e respectivas famílias.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

eis a magnífica árvore do blogobairro!!

(clicar para aumentar)
Aviso desde já, que este vai ser um post piegas, pela emoção que me provocou prepará-lo.
Mas ficou pronta. Mesmo a tempo.
A árvore de Natal que tomei a meu cargo decorar com os enfeites enviados pelos vizinhos.
O resultado foi este. Espero que gostem.

[Ainda antes de fazer a lista de agradecimento aos participantes deste desafio, explico porque foram colocadas algumas decorações à volta do pinheiro.]

Da esquerda para a direita, temos:

- O azevinho no tecto da entrada, cobre o beijo ternurento de duas crianças: elas são o amor e o futuro próximo;
- O Pai Natal (em dobro, para dar vazão ao número de presentes a carregar para este bairro!), personagem principal do imaginário infantil;
- O Menino Jesus nas palhinhas, personagem principal do ritual cristão;
- Uma cadeira vazia, para sentar todos aqueles que não podem estar presentes à nossa mesa, mas que desejávamos que o estivessem, bem como todos os outros que por bem vierem;
- A casa, o lar, onde acolhemos os que amamos;
- Rudolfo, a elegante rena de nariz vermelho que conduz o trenó mágico desde o Pólo Norte;
- E finalmente, a maravilhosa Estrela que conduziu os Magos ao Menino.

E pronto, reunidos à volta deste pinheiro gigante, que, num acto de generosidade natalícia, a Patti forneceu, (afinal a PresidentA sempre abriu os cordões ao saco azul, valha-nos ao menos isso!!!!) estão todos os que enviaram cada um dos preciosos elementos para esta decoração:

Ares da Minha Graça - Patti
Blue Velvet - Velvet
De Dentro Para Fora - Conceição
Em Prosa e Verso - Dulce
Grande Jóia - GJ
Nocturno - Luísa
No Gabinete - Paulofski
Rosa dos Ventos - Rosa
Rosmaninho da Serra - Lúcia
Sabor de Maboque - Dulce Braga
Simecq Cultura - Fátima
Só Falta Um 31 Na Minha Vida - Gi

E os que não participaram?
Juntem-se a nós e partilhem connosco este momento!

Obrigado a todos e Feliz Natal!!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

não resisti*

Escolher o presente perfeito para cada um, nesta época, não é, de todo, fácil, sendo que, tendo eu elevados conhecimentos sobre os factores atmosféricos, posso, com alguma segurança afirmar, que esta última vaga de frio se deveu a uma enorme baixa pressão, seguida de fortes ventos em altitude, libertados pela colisão de forças opostas: a da vontade de comprar e a aridez das maior parte das carteiras.
Pois bem, apesar disso, este caiu-me no colo, com dedicatória e tudo. Trazia um postalinho de Natal, escrito por uma tal de Julie Andrews, que, em letra trémula, pedia perdão pelos seus pecados terrenos e o remetia a alguém muito especial neste blogobairro.
Só espero que ela não mate o mensageiro...




*título descaradamente roubado daqui

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

viagens subcutâneas # 2

A minha barca flutua serena sobre um rio escarlate, borbulhante de vidas subaquáticas alvas e carmins, que deslizam, afoitas, ao sabor da corrente, por túneis ora escancarados na largueza, ora encolhidos na sua pequenez.
Viajo com um destino definido, nesta rede infiltrada de líquidos vitais, saboreando a adrenalina de remar por uma ravina acima ou deixar-me cair no pique de um precipício, extasiada pela bestialidade das forças da natureza, que me reduz e esmaga o tamanho, tornando-me ínfima, adequadamente mínima para a exploração a que me propus, na busca do mais secreto dos segredos humanos.
Vou atenta, portanto, ao troar ritmado e omnipresente que desejo cada vez mais perto; apuro os ouvidos para medir a distância, deixo que o vento no rosto me indique a direcção certa e aponto a barca para a enorme caverna mitral, sugada, enfim, para o coração das respostas que procuro.
Escondida pela parede ventricular, para não alterar com a minha presença a naturalidade das coisas, estremeço ao ritmo das palpitações, espio o aumento de volume do caudal em que navego, vejo as minhas velas enfunarem-se com o acelerar da respiração, espreito a vibrante sucessão de ondas de endorfinas dilatadoras, assisto, imóvel, ao fenecer dos sentidos, quando chegam, vindos directamente dos lábios, os salpicos mornos de lágrimas cloretadas de emoção.
Documentei-o, registei-o e analisei-o com rigor.
Concluí ser mais um impressionante fenómeno científico, de fortes consequências viscerais, mas cujas causas continuam tão desconcertadamente impenetráveis como antes.
Afinal, ainda não foi nesta expedição que consegui decifrar os intrincadamente codificados mistérios da paixão humana.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

do abandono


- onde foste?
- que interessa, voltei
- vais partir de novo?
- que interessa, estou aqui
- por quanto tempo?
- que interessa, estou agora
- e o agora é para sempre?
- que interessa isso, realmente?
- quero saber se demora
- francamente! de que estás a falar?
- dos dias que me faltam pra voltar a chorar
(e a esperança?
- não ma tirem, sou criança)

fotos daqui

Inscrito na Fábrica de Letras

domingo, 13 de dezembro de 2009

por favor, digam-me


ainda falta muito para o Natal?

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

resposta à letra

Há obstáculos que se ultrapassam nas alturas menos prováveis da vida, outros que permanecem inconquistáveis, e ainda outros que, mesmo não conquistados, sabem a vitória porque os soubemos contornar.
Dos mais belos que já vi, chamou-me quase todos os dias, mas o pico do Pico fugiu à minha tomada por escassos longos 1500 metros de subida íngreme. Expulsou-me com ventos cortantes e uma noite prematura, berrando furioso que não me queria lá em cima.
Sete anos depois, olho para ele e sou eu que o desafio.
Podes ficar com o teu cume. As minhas vitórias não precisaram de ti.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

referendo blogobairrista - apelo às urnas

(clicar para aumentar)

A verdade é só uma.
Para escrever qualquer coisinha, enfrasco-me de fotos, reais ou compostas, snifo a interpretação das imagens e as histórias que elas me contam, mergulho de cabeça numa orgia de pormenores, esmiuço os recantinhos todos e, pronto, lá vem tripe de fantasia, maluquices injectadas numa cabeça nem sempre muito atinada que é a minha.
E então?
E então, encontrei esta imagem.
E como até tem lá escrito 'The-La-dy-of-the-Red-Spi-rit', o caminho foi mesmo esse que o desvario das palavras tomou, e o nome com que gravei a foto nos meus documentos.
E de repente, o turbilhão de uma autêntica epifania fez-me estacar!
E não é que era perfeita?? Que lá estão os detalhes todos, excepto dois?
Pensem comigo: de quem será este retrato, em que o vermelho domina e as papoilas crescem por todo o lado? Quem respirará tanta energia, que até lhe sai pelas mãos fora, numa torrente de ideias luminosas, e que vigia este blogobairro como uma ave de rapina? Quem terá este ar perdido num mundo de letras, e só se dá bem com os dias nublados de Outono?

Pronto, eu dou mais uma ajuda: Ponham-lhe madeixas loiras e uns óculos escuros, está bem?

E como ela hoje até faz anos, que tal fazer deste, o seu retrato oficial no blogobairro?

O voto não é secreto, mas é universal, estejam à vontade!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

dela o início, meu o final # 1

Era uma vez uma história, que começou aqui

Congelo sempre mirtilos no inverno. Só assim posso utilizá-los durante todo o ano em marmelada, sumos e bolos. Quando eu era criança, o meu avô contou-me numa das suas muito fantasiosas histórias, que existia um reino de princesas do gelo, exímias amazonas e caçadoras nocturnas, com uma visão apuradíssima, devido aos vinhos tingidos com mirtilo.
Caçavam pirilampos incandescentes, pó incendiado e desperdiçado nas caudas das estrelas cadentes e velas voadoras, para iluminarem o seu reino nos invernos sombrios das montanhas onde vivam.
Um dia, encontraram um mirtilo descolorado. Muito infeliz e sozinho, esmagado numa bola de neve. Olharam para ele com espanto e..

e continua assim:

....depois de muito o remirarem, decidiram unanimemente que ele não poderia fornecer aos seus néctares a cor funda, nem o intenso paladar delicodoce, indispensável à pujança dos sentidos. Deixaram-no, pois, ali, imóvel, conservado no gelo da bola e protegido apenas com um simples feitiço de intemporalidade.
Ora, muitos séculos mais tarde, este reino do gelo foi ameaçado de extinção, quando, por pura tolice dos homens, que nada percebem do subtil equilíbrio das coisas, os pirilampos começaram a rarear e o pó incendiado das estrelas cadentes perdeu o seu brilho.
Enfraquecidas e à beira de serem engolidas pela escuridão, as princesas guardavam com esmero os últimos cálices do vinho mágico, beberricando gotículas, suficientes, apenas, para lhes manter a consciência, já que nem forças tinham para colher novos mirtilos e ainda menos para os transformar.
Eis senão quando, no ponto mais alto da montanha que lhes dava abrigo, o tecto desabou, e de lá do cimo espreitou o olho enorme de um pequeno humano, curioso investigador de novas brincadeiras em tempo de férias de Natal.
Julgaram ser o fim. Seria certamente apenas uma questão de minutos até que tudo acabasse, dizimadas pela crueldade facínora de que todos os humanos padecem. Perdida, por perdida, a mais velha das princesas reuniu todo o seu fôlego para se aproximar da criatura, em defesa das restantes, mas logo se espantou com o sorriso manso e o olhar meigo e intrigado que ele lhe devolveu.
Sem saber porquê, impeliu-se a confiar. E deu por si, encavalitada na ponta do nariz dele, a sussurar-lhe a desdita a que todas as suas princesas estavam votadas, sem mirtilos nem luz que lhes dessem força e calor.
Do bolso das calças, o pequeno humano, retirou então uma baga minúscula, envolta num manto branco de gelo. Será que isto vos ajuda? – perguntou ele baixinho. Encontrei-o ali em baixo, esmagado numa bola de neve e achei que estava sozinho e triste, por isso trouxe-o comigo.
De imediato, a princesa reconheceu o mirtilo descolorado que, séculos antes, tinham enfeitiçado e que partilhava agora o seu corpo e o seu sumo com a água gelada. Sequiosa, pediu-lhe para chegar os lábios às pingas que escorriam e sentiu-se revigorar. Apressadamente, chamou por todas as outras para que as gotas lhes chegassem também, antes que derretesse completamente. Uma a uma, recuperaram de imediato, e alegres, dançaram e voaram em volta do riso infantil que o pequeno gigante soltava.
Nunca mais aquele reino foi o mesmo.
Agora, qualquer mirtilo é preservado cuidadosamente, tão mágicas são as sua propriedades, guardados por princesas que já não precisam de pirilampos nem de pó de estrelas. Para se aquecerem e iluminarem, nos invernos sombrios, basta-lhes pendurar, aqui e ali, brilhantes fios de calda doce de mirtilos descolorados, os mais preciosos deles todos.
E o menino?
Ah, o menino cresceu, teve filhos e netos e a todos, sentados no seu colo macio, contava uma história que parecia muito fantasiosa, sobre um reino de princesas do gelo, exímias amazonas e caçadoras nocturnas, com uma visão apuradíssima, devido aos vinhos tingidos com mirtilos.

Conto inscrito na Fábrica de Letras

domingo, 6 de dezembro de 2009

isto é só um lembrete



Queridos Vizinhos,

Estou muito contente com algumas participações, mas eu gosto mesmo é de vos ver cheios de brio, muito atarefados a escolher este ou aquele berloque, dos muitos possíveis para compor o pinheiro deste condomínio.
Por isso, o desafio continua.

Enviem-me enfeites de Natal para a árvore do Blogobairro, aquela que vamos acender às zero horas do dia 21 deste mês, aqui mesmo à porta desta minha casa. Podem ser originais, já feitos, surripiados de algures, personalizados ou outros quaisquer, que eu não me importo, desde que cheguem ao meu mail, de.si.para.si@gmail.com, até ao próximo dia 19.
Da árvore trato eu, sim??

Mais uma vez, óbrigadinho!!

Nota: No dia 20 de Dezembro, à meia-noite, publicarei um post(al) de Natal, de um pinheiro enfeitado com as imagens que me mandarem. E eu quero que fique lindérrimo, ah, pois quero!!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

sen(Si)bilidades



Só quando encaramos as pequenas diferenças dos outros, é que damos graças pelas nossas grandes imperfeições.

E porque se comemorou ontem o Dia Internacional da Deficiência, congratulemo-nos com isto

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

parasimpattias # 2


Exercício: um objecto assiste, desde o início do casamento, à vida conjugal de um casal.
Esta, é a sua visão da história

- Ai não posso, não posso, não posso, cof, cof, cof, que irritação, credo!
Quando, às escondidas, ela demolha as madeixas no 65 doré profond a fim de encobrir as cãs, o Almerindo parece que adivinha; carrega tanto no restaurador, que até me intoxica com os vapores. Como se lhe valesse de alguma coisa, tingir de escuro aquela meia dúzia de folículos plantados no convexo polido da calva, para impressionar as amásias debochadas que lhe alimentam o ego de macho. Coitado! Dez reis de gente, o gordalhufo inflado de robustezas flácidas, presume-se homem fatal só porque assim que arrota umas notas de euro para cima da mesa, logo alguma as vem recolher, apressada pelo gesto do regueifado dedinho indicador.
Pobre de espírito, é o que ele é, sem tirar nem pôr. Digo eu, que já lhe amparei as ouras embriagadas do whisky marado, os alagamentos viscosos da pele sebosa, o ronco destemperado e aquele hálito a alho que me deixa hirta.
Que ele nunca me enganou, o pavão! Namorou-a sobre o veludo das músicas do Julio Iglesias e ela casou-se, iludida por uma vida de impolutos lençóis retesados de goma, a inocente. Mas os dois foram-se desconhecendo aos poucos e tudo se tornou engelhado, puído, esfiando-se a cada tentativa de ponteio.
A pena que eu tenho da Gertrudes, tão esmifrada e consumida ela está, Jesus! Ao fim de um quarto de século bem podia receber dele um mimo, um agrado, um sorriso que fosse, mas nada.
À noite, deita-se de maquilhagem a preceito, na esperança de lhe despertar o interesse, e levanta-se, ela e eu, de fronha encharcada e borratada de tanta lágrima vertida, olheiras amassadas, vincos enrugados na testa. São noites passadas em claro,
aflições, sufocos, palpitações desabridas e a súplica, murmurada ao meu ouvido, para que Deus não a leve. Não sem antes ter provado uma festa em vez de uma murraça.
E de manhã, lá vai, aos tropeções e a arrastar-se pelo quarto fora até à cozinha, onde despeja pela goela abaixo os mil e um comprimidos que nem o corpo lhe aliviam, quanto mais a alma.
E eu penso cá com os meus botões de madrepérola, que ela já devia ter posto um fim a isto. Logo da primeira vez, já lá vão dez anos, em que ele teve o desplante de fazer deitar, em cima dos meus folhos de renda, a descarada da vizinha da entrada ao lado. Preferiu calar, mesmo contra a minha vontade de o pôr com dono, só porque este estafermo do Almerindo foi o único homem da vida dela.
Dizem que a almofada é boa conselheira. Mas porque raio será que ninguém me ouve?

E será que quem andou a falar com a Patti tem melhor sorte? Vão, vão lá ver...

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

é só para lembrar...

e aqui também.

Nas primeiras quartas-feiras de cada mês, leia, reflicta e comente... a dobrar!