Tento estar o mais distante possível da política.
Recuso discutir isto ou aquilo, as certezas de hoje que são descaradas mentiras amanhã, as afirmações bombásticas, transformadas em negações peremptórias num piscar de olhos, as convicções partidárias batidas a punho, em peitos afinal tão volúveis e deslumbrados.
E chego a ignorar telejornais, a evitar sujar os dedos na imprensa escrita, a baixar os decibéis do volume do rádio em hora de noticiários, a desviar o olhar das gordas que gritam dos escaparates dos quiosques.
Por isso, nem sequer comento os erros desta ou daquela governação, os pactos, os pedidos de desculpa, as moções de censura, os delírios de obras públicas, os inquéritos parlamentares, os negócios e negociatas, a existência, no nosso panorama político, de esquerdas, direitas, centros, centrões, republicanos ou monárquicos. Nem quero. Cada um sabe de si, que acredite no que quiser; eu por mim já não me iludo e os rótulos tanto se põem como se tiram, à vontade do freguês.
E este post também não apresenta soluções milagrosas, não recorre à intervenção de nenhum Professor Bambo, nem tão pouco analisa economico-financeiramente as consequências da politização das decisões públicas, face aos nossos parceiros da Comunidade Europeia (acho que li isto em qualquer lado).
Este texto serve, apenas e só, para vos deixar a pergunta seguinte:
vocês sentem-se bem no papel da menina que está no cimo deste post?
9 comentários:
O que não tem remédio remediado está, ou então cortamos as amarras e vamos andando.
Eh pá, que eu ate´ia dar uma voltinha aí, mas volto pra trás!
E bibóóó Porto que ainda é "bõem".
Doem-me tanto os braços
dos cordéis que me amarram
não sei se chore, se grite
já lhes pedi que me soltem...
Eu não quero ser marioneta
tirem-me já estes baraços
vejam como estou triste
oiçam estes meus gritos!
Não,não me sinto nada bem,mas que me revejo personagem de teatro de marionetes obrigada cada vez mais a executar os movimentos de quem tem o poder de me manobrar,isso é verdade e é castrador.Não sei libertar-me dos cordéis manipuladores,pelo menos sozinha,e assim vou dansando de má vontade, conforme a música do tocador.Abraço.
Credo, Si! Não podia ter sido um bocadinho de nada menos directa? ;-D
Luísa,
Não acha que para indirectas já basta o que temos?
E depois, sabe, sou sagitária, tenho o coração ao pé da boca, não há nada a fazer... ;D
Definitivamente, não!
Ninguém se sente bem a se manipulada, Si. Mas para, pelo menos, tentar não ser, é preciso intervir, estar informada, lutar,reclamar. Há quem o esteja a fazer, e se todos se juntassem...
Sagitária?
Pffff, mas é que se vê logo!
Enviar um comentário